terça-feira, 8 de outubro de 2013

Se for para ganhar e ficar refém…, não precisa’
 
Josias de Souza

Marina Silva não admite a celebração de alianças partidárias a qualquer preço. “Não pode ser o tempo de televisão que vai nos aprisionar a uma lógica política que não nos dá a chance de mudar”, disse ela em entrevista ao blog. “Se for para ganhar para continuar refém da velha República, para governar tendo que distribuir pedaços do Estado, preso em uma lógica que não coloca em primeiro lugar os interesses estratégicos do país, então, não precisa ganhar. Isso já tem quem está fazendo.”
O vídeo acima contém um trecho da conversa que Marina teve com o repórter no final da manhã desta terça-feira (8). A totalidade da entrevista será veiculada logo mais, aqui mesmo no UOL. Nesse extrato, o repórter recordou a Marina que o PSB já abriu negociações com legendas como o PDT de Carlos Lupi e o PTB de Roberto Jefferson. A nova parceira de Eduardo Campos levou o pé atrás.
“Uma coisa era o Eduardo com todas as dificuldades, em uma lógica que eu desconheço, porque não estava convivendo com ela, viabilizando sua candidatura. Outra coisa foi o movimento que ele fez na direção de buscar aprofundar em primeiro lugar o compromisso programático. Isso com certeza é o grande desafio que está colocado para o PSB.”
Para Marina, o acordo firmado com a Rede no último sábado (5) inaugurou no PSB uma nova fase. Ela diz depreender das manifestações de Eduardo Campos que “todo o processo anterior agora não terá mais a mesma continuidade, que agora tem um outro fato político, uma inflexão que terá que ser metabolizada dentro do PSB.”
Marina recorda 2010: “Eu, com 1 minuto e 20 segundos de televisão, tive 19% dos votos.” E acentua: “Não pode ser o minuto de televisão, 30 segundos de televisão, que faz com que a gente jogue o futuro da nação nas mãos daqueles que não entendem a lógica de que o governar juntos não pode ser feito em base no toma-lá-dá-cá.”
Como que decidida a deixar bem claro que prefere perder a subverter os seus valores, Marina repete uma frase que pronunciou à exaustão na sucessão passada: “Eu dizia na campanha de 2010 que eu preferia perder ganhando do que ganhar perdendo. E eu continuo com o mesmo ponto de vista. É preferível perder ganhando do que ganhar perdendo.”


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