PAD fala de agenda verde e energia solar
Rafaela Ribeiro/MMA
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Ferreira, em Natal: hora de ajustes
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O Ministério do Meio Ambiente reuniu, em Natal, nesta quinta-feira (18/06), os secretários de Meio Ambiente e Recursos Hídricos dos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte, coordenadores estaduais do Programa Água Doce (PAD) e especialistas nas áreas de dessalinização, energia solar, eventos extremos e mudança climática e agenda verde.
Este é o segundo encontro nacional do PAD e, segundo o coordenador nacional do Água Doce, Renato Ferreira, é o momento de ajustar as metas pactuadas no início do ano e reorganizar o cronograma de implantação nos Estados.
O assessor especial da ministra do Meio Ambiente, Carlos Guedes de Guedes, pontuou que o PAD é referência em construção de metas e objetivos que tratam a questão ambiental amplamente associada à questão social. "Trabalhar a questão social e ambiental associadas é muito importante na parceria com os governos estaduais, na parceria com os demais órgãos federais e em especial na parceria com os municípios e movimentos sociais", destacou.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A pesquisadora da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e responsável pela Gerência do Núcleo de Meteorologia da Fundação, Meiry Sakamoto, apresentou possíveis cenários do semiárido nordestino diante das mudanças climáticas percebidas em todo o planeta, agravadas pelas emissões e degradações ambientais.
Segundo a especialista, o aquecimento global provoca uma maior evaporação da água impactando as chuvas e as secas. "Parte do nosso semiárido possivelmente irá se tornar totalmente árido e as consequências já conhecemos", alertou. Finalizou mostrando que é possível recuperar áreas degradadas com medidas simples.
Meiry Sakamoto atua na área de Geociências, com ênfase em Meteorologia, principalmente nas áreas de meteorologia por satélites, meteorologia de mesoescala e modelagem numérica. Possui experiência em monitoramento hidroambiental e previsão de tempo e clima, principalmente, sobre o Nordeste brasileiro.
AGENDA VERDE
O engenheiro mecânico José Artur Padilha apresentou seu projeto Conceito Base Zero, desenvolvido em fazenda de sua propriedade a um custo baixíssimo, com a construção de barragens subterrâneas. A água fica armazenada no subsolo, praticamente livre da salinização e evaporação que fragilizam os mananciais de superfície do Nordeste.
Para Padilha, é necessário ajustar as condições dos terrenos aos fluxos naturais da água, favorecer sua retenção sem que se provoque salinização, e otimizando o uso da biomassa e dos elementos do solo. "Precisamos ouvir a natureza. Não é que a natureza não erre, mas ela tem tanto tempo para testar que o que está funcionando é porque deu certo", afirmou.
DESSALINIZAÇÃO
O diretor da Associação Internacional de Dessalinização (IDA), Emílio Gabrielle, mostrou que nos últimos 25 anos a escassez de água foi tomando conta da pauta ambiental. "Na Eco-92 (Conferência das Nacional Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento) quase não se falava em água”, lembrou. “Já na Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável) a água está relacionada a quase todos os pontos principais para o desenvolvimento sustentável destacados na convenção: trabalho, energia, cidades, alimentos, água e oceano.”
Gabrielle afirmou que transpor água é muito mais caro que dessalinizar e que, hoje, mais de 5% da população mundial sobrevive com água dessalinizada. O diretor da IDA elogiou muito o que viu do Programa Água Doce no assentamento Maria da Paz, município de João Câmara (RN). "Espero que vocês sintam que estão no caminho certo", disse. "Pelo que vi em Maria da Paz, vocês estão no caminho certo, esta é a melhor forma de utilizar essa tecnologia".
ENERGIA SOLAR
Guilherme Syrkis, sócio diretor da empresa MetaSolar e vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolae), mostrou como é promissor o mercado de energia solar no Brasil. Destacou que o maior obstáculo para implantação desses sistemas que fornecem energia limpa é o custo elevado.
Para ele, a isenção de impostos e linhas de créditos facilitadas para investimento, tanto de pessoas físicas como empresas, em sistemas de abastecimento fotovoltaicos são essenciais para o País avançar neste caminho. "O grande gargalo é o financiamento", sentenciou. A 2ª. Reunião Anual da Coordenação Nacional do Programa Água Doce continua até sexta-feira (19/06).
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) - (61) 2028.1221
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