O setor da indústria de refrigeração e ar condicionado manifestou nesta semana concordância com o teor da emenda ao Protocolo de Montreal. De acordo com o documento, aprovado no início do mês em Kigali, Ruanda, os países signatários se comprometem a reduzir drasticamente a produção e o consumo dos hidrofluorcarbonos (HFC). A substância substituiu os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) nos equipamentos de refrigeração por não atacar a camada de ozônio, mas tem potencial até mil vezes maior que o CO2 para o agravamento do efeito estufa.
A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) enviou ofício ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) destacando a importância da aprovação da emenda. Os representantes do setor informam que estão “satisfeitos e em concordância com o acordo final formatado em Kigali”.
Afirma, ainda, que “sente-se orgulhosa por participar ativamente das ações do Programa Brasileiro de Eliminação de Fluidos Refrigerantes (HCFCs)”. O programa é responsável por articular com êxito a substituição de substâncias que atacam a camada de ozônio. Somados, HFC, HCFCs e CFCs, os chamados fluidos refrigerantes, respondem por 0,5% do efeito estufa.
DIÁLOGO
Para o Secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Everton Lucero, “a mensagem (dos empresários) demonstra a boa capacidade do ministério em dialogar e coordenar posições com a indústria em temas de alta sensibilidade ambiental”. As medidas vão contribuir para o alcance das metas brasileiras de redução do aquecimento global assumidas no Acordo de Paris.
A indústria da refrigeração e ar condicionado é responsável por adotar boas práticas de manutenção, instalação e operação de sistemas e equipamentos. É ela que transporta, recolhe, recicla, regenera e reutiliza os fluidos refrigerantes. A substituição dos fluidos refrigerantes implica em atualização tecnológica e desenvolvimento de alternativas para produtos danosos ao meio ambiente.
RATIFICAÇÃO
O processo que levou à aprovação da emenda teve participação ativa do Brasil, representado pelo MMA e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE). O documento segue, agora, para análise do Congresso Nacional.
Após ser referendada pelo governo brasileiro e pelas Nações Unidas, a emenda passará a integrar o Protocolo. De acordo com a gerente de Proteção da Camada de Ozônio do MMA, Magna Luduvice, “a experiência adquirida nas negociações que reduziram a utilização das substâncias que destroem a camada de ozônio foi útil para a conclusão do acordo final da emenda voltada para a redução dos efeitos dos HFCs sobre o aquecimento global”.
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