Brasília Juntos, mas separados. A união entre a Rede Sustentável, da ex-ministra Marina Silva, e o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, não vai se repetir em todos os estados. Durante a abertura do primeiro seminário programático da Rede, ontem, em Brasília, a ex-ministra citou o exemplo do Paraná, em que o PSB deverá se unir ao PSDB, e a Rede, ao PV. A ex-ministra afirmou que as decisões regionais não serão de forma "verticalizada" em relação à aliança nacional
Durante o seminário, Marina reafirmou que Campos é o candidato na aliança à Presidência. Ela ainda não decidiu sobre seu lugar na chapa FOTO: FOLHAPRESS
Ao lado de Campos, Marina afirmou que as decisões regionais não serão tomadas de forma "verticalizada" em relação à aliança nacional, mas cobrou coerência nas questões estaduais com o programa de governo que está sendo elaborado nacionalmente.
"Nossa aliança não é verticalizada, não estabelece nessa lógica para o plano federal a lógica nos estados. No entanto, estamos trabalhando a prioridade nacional para que nos ajude na composição regional e é preciso ter coerência nos dois processos. Não tem como ter um bom programa nacional que não se reflita nos estados", disse Marina.
O governador de Pernambuco e a ex-ministra, porém, minimizaram ontem divergências entre o PSB e a Rede Sustentável, que vêm causando desconforto em ambos os lados desde que a aliança entre os dois foi formada. Campos afirmou que, em ao menos 20 estados, a situação entre os militantes da Rede e do seu partido estaria "tranquila".
"Até 90 dias atrás, estávamos vivendo outra realidade. Demos conta de superar o revés do não reconhecimento da Rede como partido e construímos um entendimento programático e deixamos que nossos companheiros nos estados se conheçam e encontrem convergências. Dos 27 estados, temos mais de 20 com um caminho muito aplainado e tranquilo entre a militância da Rede e do PSB", afirmou o governador, que vai se reunir hoje com o presidente do PPS, Roberto Freire, em Recife, para formalizar a aliança entre as duas siglas e debater o mapa eleitoral nos estados.
Antes da aliança entre os dois, Eduardo Campos vinha tentando uma aproximação com o agrobusiness, com o qual a Rede mantém relação conflituosa. O governador tem enfrentado dificuldades na tentativa de conciliar o ambientalismo ao discurso para o setor produtivo.
Recentemente, por exemplo, um dos possíveis aliados de Campos, o líder do DEM na Câmara e ruralista, Ronaldo Caiado (GO), foi afastado do cenário por duras declarações de Marina.
O governador descartou que a composição com o PPS traga mais problemas para as alianças nos estados.
No evento, a ex-ministra também reafirmou que Campos é o candidato na aliança à Presidência da República em 2014. Marina disse que ainda não há decisão a respeito de seu lugar na aliança e que uma possível composição de vice na chapa presidencial não está assegurada.
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