quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

AMAZÔNIA MAIS DE 10 MILHÕES DE PESSOAS VIVENDO ABAIXO DA LINHA DA POBREZA



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De acordo com análise do IMAZON, o número absoluto de pobres que residem na Amazônia Legal aumentou de 7 milhões e 400 mil para mais de 10 milhões de pessoas, entre 1990 e 2005. Entre esses, o número de pessoas consideradas miseráveis, que vivem com menos de US$ 1 dólar por dia, é de 3 milhões e 800 mil pessoas.

Dito isto, retornamos a cantilena repetitiva de que é dever dos brasileiros, em especial do Governo Federal, discutir e definir com clareza e competência o destino de milhões de cidadãos que habitam 2/3 do nosso país, jogados a própria sorte e esquecidos dos programas de viabilidade sócio-econômico desta parte empobrecida da nação.

O momento é de apreensão quanto a necessária defesa do meio ambiente e dos recursos naturais, é só o que se vê e o que se lê da imprensa nacional, o que não deixa de ser uma realidade a ser enfrentada por todos os habitantes do planeta.

Entretanto, é bom frisar que a destruição dos recursos naturais e da biodiversidade em todo o mundo é fruto da inexistência de políticas públicas sérias e efetivas, principalmente dos países mais ricos, aqueles que destruíram suas florestas, sua flora e sua fauna, especialmente os Estados Unidos e a Europa, que poluem com suas incansáveis chaminés, emitindo poluentes e gases tóxicos que danificam o meio ambiente e a camada de ozônio do planeta.

No Brasil os Estados do sul e do sudeste foram responsáveis pela retirada da quase totalidade da sua cobertura arbórea, hoje usufruindo dos benefícios de uma indústria desenvolvida, de uma agropecuária sólida, de recursos financeiros que lhes permitem retribuir ao seu povo um meio de vida mais digno e sólido, são estes mesmos que após destruir boa parte de suas belezas naturais, querem impor e frear sem qualquer critério o desenvolvimento da Amazônia, em detrimento dos milhões de "amazônidas" que habitam a Amazônia Legal.

Nesta luta pela preservação daquilo que a natureza dadivosa nos concedeu, também somos partícipes dos mesmos ideários preservacionistas, mas, devemos exigir as compensações que merecemos para continuarmos sonhando com progresso e bem estar de nosso povo, sendo necessário que nos dêem as devidas condições para ficarmos restritos ao que os recursos naturais nos oferecem, com a palavra o Governo Lula não ficando somente com o discurso sectário dos ambientalistas e da Ministra Marina Silva, mas buscando com outros setores da atividade pública as condições de trabalho e de vida digna para esta região.

Especialmente Rondônia, um Estado rico e promissor, com seu potencial mineral de pedras preciosas, ouro e diamante, com seu rebanho bovino de mais de 12 milhões de cabeças, com sua agricultura consolidada, grande produtor de leite, com a implantação do seu parque industrial, indústria moveleira e exportação de madeira, com a possibilidade da implantação do biodiesel e plantio de soja, com possibilidade do plantio de cana-de-açúcar e indústria de álcool, fonte de energia renovável e cobiçada por outros países, a saída para o pacífico, o gasoduto Urucu-Porto Velho, o Porto navegável de Porto Velho/RO até o oceano atlântico e finalmente, as usinas do Rio Madeira, Santo Antônio e Jirau.

Devemos acrescentar que os milhares de brasileiros que vieram para Rondônia foi fruto do chamamento do governo federal que com propaganda maciça em toda a mídia, especialmente no Governo Geisel, propagava "integrar a Amazônia para não entregar", já naquela época preocupado com a sua internacionalização, tendo grande parte atendido ao chamamento e enfrentado as adversidades naturais da selva amazônica, com seus mosquitos e doenças tropicais, malárias, febre amarela, animais selvagens, falta de estradas, trazendo suas famílias para morar precariamente e enfrentar o clima quente e úmido desta região.

O próprio Governador Jorge Teixeira de Oliveira, o grande desbravador e incentivador da ocupação e desenvolvimento do Estado, clamava: "Ao limiar de um novo século nasce a nova estrela no azul da União. Este pedaço de Brasil é feito de corpos suados, mãos calejadas - do divino trabalho com a terra. Venham brasileiros de todas as partes, tragam sonhos, anseios e ilusões. Rondônia vos oferece trabalho. A fé inabalável de sua gente faz a diferença. Porque a nossa Rondônia será aquilo que formos capazes".

Nós somos possuidores dos últimos recursos hídricos que possibilitam a construção de PCH's, pequenas hidrelétricas, e ainda, de grandes hidrelétricas no Rio Madeira, não tendo o Brasil outra alternativa a não ser investir maciçamente em nossa região, além de estarmos geograficamente em um local que permite a saída para o pacífico e para o atlântico, somos o corredor de exportação natural na região Norte, ligando os países andinos e Caribe, com toda a potencialidade de crescimento, bastando que nossos representantes dêem seguimento aos direitos que o povo espera.

É bom acrescentar que 97% da água do universo é salgada, 2,7% das águas doces são poluídas e inadequadas para o consumo, restando somente 0,03% de água potável, sendo que a maior bacia hidrográfica do mundo é a Amazônica, ainda detentora da maior reserva de água subterrânea do mundo, com o aqüífero Guarani, tendo recentemente sido descoberto a segunda maior reserva subterrânea do mundo, o aqüífero Solimões, encontrado no Estado do Acre, a curto prazo, a água potável terá maior valor na bolsa de valores do que o próprio petróleo, assim, caberá a nós sermos os maiores responsáveis em nutrir a sede da humanidade.

O que mais querem de nós rondonienses, se já encontramos quase que totalmente engessados, sendo que o setor rural de Rondônia é onde se concentra a maior fonte de renda da economia. Entretanto, os sucessivos planos ambientais e/ou de proteção indígena, ou ainda, as reservas de matas obrigatórias, tornaram indisponíveis para a exploração, cerca de 56% da nossa área territorial, já antes mesmo da Medida Provisória 2166, o Estado de Rondônia, já está penalizado pelo governo federal, alertando que, de uma área de 23,8 milhões de hectares, apenas 10,1 milhões de hectares estavam disponíveis para a atividade econômica e se permanecer a obrigação de preservação, de ora em diante, de 80% de nossas reservas florestais, restarão minguados 2 milhões de hectares para toda a população.

Vejamos que a área da Amazônia Legal, ao contrário de defendem os ambientalistas, não é inexplorável, intocável! Na realidade existem critérios e limites para a utilização adequada das terras da Amazônia, no termos do Código Florestal, o que permite o desenvolvimento sem destruição, mas não significa que nesta região do Brasil não possa existir atividade produtiva! Ao contrário, a Amazônia teria que ser desocupada, sendo destinada apenas a reserva ambiental, o que obviamente, sob pena de deixar a míngua milhares de cidadãos, não é possível, tão pouco representa a intenção do legislador pátrio!

Rondônia será no futuro aquilo que seu povo delinear como objetivo de vida, precisamos continuar nos indignando contra aqueles que querem simplesmente frear e impedir que tenhamos o nosso desenvolvimento e a conquista de dias melhores, somente a luta diária de todos e a cobrança insistente de nossos representantes políticos é que poderemos continuar sonhando com um Estado digno e consolidado, com justiça social e usufruindo das riquezas que a natureza nos concedeu, aqui será edificada uma civilização que se orgulhará de ser brasileira e confiante no destino que nos reservou, usufruindo as belas paisagens e o céu azul de Rondônia preconizado em nosso hino, sem contar com o Vale do Guaporé que é sem dúvida a maior e mais bela reserva aquática do universo.

Cientistas pedem mais pressão externa para proteger Amazônia


A comunidade internacional deveria exercer mais pressão sobre o governo brasileiro em favor da preservação da floresta amazônica, de acordo com estudiosos entrevistados pela BBC Brasil.

“O desaparecimento da Amazônia teria conseqüências reais em todo o mundo, e a comunidade internacional não está fazendo o suficiente para evitar isso”, afirma François-Michel Le Tourneau, geólogo do Centro de Pesquisa e Documentação sobre a América Latina.

“Se parte da floresta desaparacer, a evaporação que deveria formar chuvas sobre a Amazônia vai ser direcionada para o sul do continente e até para a Europa, devido à mudança no sistema geológico da região."

De acordo com o especialista, o resultado disso será um clima cada vez mais seco na Amazônia, enquanto que São Paulo, Buenos Aires e até algumas áreas da Europa deverão sofrer com chuvas mais intensas e inundações.

Importância mundial - A importância da floresta amazônica no equilíbrio mundial também foi destacada pelo antropólogo Martin von Hildebrand, diretor do programa Coama, para a preservação da Amazônia colombiana.

“Todos dependemos da floresta amazônica e por isso todos devemos lutar para que o Brasil a preserve. Mas, em contrapartida, a comunidade internacional também tem a obrigação de ajudar o Brasil”, justifica o antropólogo.

“Depois de terem destruído os seus próprios recursos a favor do crescimento, os países desenvolvidos não podem pedir que os brasileiros deixem de pensar em crescimento”.

Von Hildebrand sugere também que a comunidade internacional pague uma espécie de mesada para que o governo brasileiro “se comprometa a fundo” na preservação da floresta amazônica.

“Seria uma recompensa pelo que o país deixaria de ganhar com a exploração dessas terras. É um negócio justo, já que todo o mundo depende da Amazônia, e o território pertence aos brasileiros”, explica o antropólogo.

Pressão - A opinião de von Hidebrand coincide com a do sociólogo Benjamin Buclet, sociólogo político especializado em gestão do território.

“Esse dinheiro poderia ser aplicado em projetos de desenvolvimento sustentável que dariam ao brasileiros o crescimento econômico que desejam”, disse Buclet.

Os especialistas ressaltam a pressão internacional não deve ser confundida com imposição.

“O problema é que grande parte dos políticos e da população do Brasil considera qualquer negociação internacional como intervenção estrangeira na Amazônia, e isso não deveria ser visto dessa forma”, diz o geólogo François-Michel Le Tourneau.

Já na opinião de Buclet, é preciso pressão internacional dos dois lados "para que a comunidade internacional leve propostas e para que governo brasileiro aceite negociar".

“A Amazônia nunca foi prioridade para o governo brasileiro, e a única forma de mudar essa visão é por meio da pressão internacional. Há muita boa vontade e pessoas qualificadas, mas o governo não consegue conciliar as suas promessas de crescimento com a preservação do meio ambiente”, afirma. (Estadão Online)