domingo, 18 de outubro de 2015

Água Doce entrega primeiro sistema em SE

Paulo de Araújo/MMA
PAD: abastecimento garantido
Até o final do ano, o Estado pretende inaugurar 25 dessalinizadores, que ofertarão água potável a 15 mil pessoas castigadas pela seca.





Por Rafaela Ribeiro – Editor: Marco Moreira
O Programa Água Doce (PAD) entrega, na tarde desta quinta-feira (15/10), o primeiro sistema de dessalinização do Estado de Sergipe. A comunidade beneficiada é o assentamento quilombola Serra da Guia, no município de Poço Redondo.
O dessalinizador atenderá a 600 pessoas que vivem no assentamento, além de abastecer o posto médico e a escola da comunidade. “Isso tudo é resultado de uma parceria muito importante entre o governo federal, estadual, municipal e sociedade civil”, ressaltou o coordenador nacional do PAD, Renato Ferreira.
BENEFICIADOS
Ao todo, serão atendidas 30 comunidades, em nove municípios sergipanos, com investimento de mais de R$ 6 milhões, beneficiando 15 mil pessoas que passarão a ter acesso à água própria para consumo.
“Já temos 25 obras em curso e pretendemos entregar esses 25 sistemas, em sete municípios de Sergipe, até dezembro”, destacou o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado, Olivier das Chagas. “É impressionante ver a satisfação das pessoas com a chegada dessa água pura. É muito gratificante fazer parte disso”.
O município de Poço Redondo está situado no polígono das secas, no sertão sergipano, com uma população de 30.880 habitantes. Por possuir o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado (0,529), é considerado pelo Plano Estadual do Programa Água Doce como prioritário para atendimento pelo PAD.
ÁREAS RURAIS
Atualmente, o sistema de abastecimento de água de Poço Redondo atende a apenas 40% dos domicílios, devido ao grande predomínio da população vivendo em áreas rurais.  A vazão dos poços na região é pequena e, na maioria das vezes, apresenta água salinizada.
O presidente da Associação Comunitária de Serra da Guia, José Sandro Santos, está muito feliz com a chegada desse novo recurso. E relatou o grande sofrimento da população com a falta d’água: “O abastecimento por carro-pipa é muito precário. Se acontece qualquer coisa e o carro não vem, ficamos sem água nenhuma”.
PRÓXIMAS COMUNIDADES
Até dezembro de 2015, outras 25 comunidades terão água de boa qualidade ofertada de forma permanente às suas populações. No município de Poço Redondo, além de Serra da Guia, a comunidade de Areias receberá seu sistema de dessalinização.
Em Canindé do São Francisco, quatro comunidades serão contempladas: Assentamento 12 de março, Acampamento Caiçara, Jaburu e Assentamento Mandacaru I. No município de Porto da Folha serão instalados três sistemas nas comunidades de Craibeiro, Pedro Leão e Umburaninha. Lagoa do Rosado, comunidade rural do município de Monte Alegre também será contemplada.
Em Nossa Senhora da Glória serão quatro comunidades: Periquito, Assentamento Fortaleza, Aningas e Retiro II. O município de Poço Verde receberá sete sistemas de dessalinização: Cova da Índia, Saco do Camisa, Ponta da Serra, Cacimba Nova, Recanto, Povoado Lages e Cachorro Morto. E em Carira serão quatro: Três Tanques, Macacos, Bezerra e Lagoa dos Porcos.
SAIBA MAIS
O PAD é uma ação do governo federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com diversas instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil, que estabelece uma política permanente de acesso a água de boa qualidade para o consumo humano.
Lançado em 2004, passou a integrar o Plano Brasil sem Miséria há dois anos e consiste na implantação e recuperação de aparelhos de dessalinização em áreas rurais de baixa renda do Semiárido, por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados ambientais e sociais. Abrange os nove estados do Nordeste e Minas Gerais e já beneficiou mais de 100 mil pessoas.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (61) 2028.1165

sábado, 17 de outubro de 2015

Combate brasileiro à desertificação

Divulgação
Campello expõe experiência do MMA
Na Turquia, MMA expõe as boas práticas no evento paralelo da Conferência das Partes da Convenção de Combate à Desertificação
Por: Marta Moraes. Edição: Sérgio Maggio
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) apresentou, nessa quinta-feira (15/10), em Ancara, na Turquia, as principais ações do Brasil para a implementação do Plano Nacional de Combate à Desertificação (PAN-Brasil Desertificação). A apresentação foi realizada pelo diretor de Combate à Desertificação do MMA (DCD), Francisco Campello, e pelo representante da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), Paulo Pedro de Carvalho, durante um evento paralelo da Conferência das Partes da Convenção de Combate à Desertificação (UNCCD COP12), realizado de 12 a 23 de outubro. Representantes de 13 países assistiram à apresentação das iniciativas brasileiras.
A Conferência das Partes (COP) é estabelecida pela Convenção como o órgão decisório supremo e seu objetivo principal é definir as diretrizes e indicadores para a implementação da Convenção de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas (UNCCD) por meio dos Planos de Ação Nacionais. Uma das principais funções da COP é revisar os relatórios apresentados pelos países participantes detalhando como estão realizando os seus compromissos com o tema.
COMPROMISSOS BRASILEIROS
Durante a apresentação brasileira, Francisco Campello falou sobre o contexto socioambiental que define os esforços para a implementação de boas práticas adaptadas à seca, que possibilitam uma convivência sustentável com a semiaridez. “Dessa forma, conseguimos promover a segurança hídrica, alimentar e energética; conservar as paisagens e os serviços ambientais, além de combater, é claro, a desertificação”.
O diretor do MMA apresentou também as ações estruturantes implantadas no País para criar a institucionalidade necessária para uma ação de Estado, entre elas a Política de Combate à Desertificação; o Plano Nacional de Agroecologia, as políticas para compras institucionais e o Cadastro Ambiental Rural. “É fundamental uma ação institucionalizada, com instrumentos de transparência e monitoramento, para a implementação do Plano Nacional de forma compartilhada com a cooperação técnica e a sociedade civil”.
Em Ancara, Campello destacou exemplos de boas práticas de convivência com o semiárido e as políticas públicas adotadas pelo governo brasileiro para a superação da pobreza, como o Bolsa Família, Acesso a Água e Inclusão Produtiva. “As parcerias institucionais com órgãos internacionais e com instituições que representam a sociedade civil possuem um papel importante na  implementação de boas práticas na região”, ressaltou ele.
CISTERNAS
As cisternas, por exemplo, são tecnologias sociais simples, eficientes e de baixo custo, que permitem a captação e armazenamento de água da chuva. Com base no conhecimento tradicional da população local, o governo brasileiro implementa essa política pública, que é capaz de afetar positivamente a vida de mais de 4 milhões de pessoas pobres no Semiárido. As ações de implantação são financiadas e coordenadas pelo governo federal em parceria com organizações da sociedade civil, e governos estaduais e municipais. De 2003 ao primeiro semestre de 2015, foram entregues à população mais de 1,3 milhão de cisternas. Sendo 1,176 milhão de cisternas para o consumo domiciliar (1ª Água) e 124 mil para a produção (2ª Água).
DESAFIO
Campello finalizou a apresentação lembrando que é preciso promover uma reflexão sobre as formas de ocupação humana dos territórios sob os climas árido, semiárido e subúmido seco, condicionada pelos processos de desertificação, em busca de transformações que assegurem a superação definitiva da pobreza no país.
“Lança-se um desafio de mudança de comportamento aos órgãos que tratam da gestão ambiental e do controle”, afirmou. “Bem como um desafio maior ainda para análise e percepção da necessidade de investimentos econômicos para a conservação ambiental com reflexo na qualidade de vida das famílias rurais e urbanas”.
Segundo Campello, o Brasil terá muito a contribuir durante os debates que ainda serão realizados na UNCCD COP12. “Após a apresentação brasileira, muitos participantes vieram comentar como é representativo o Brasil apresentar os resultados de suas ações, enquanto os outros falam do que ainda será feito”, destacou.  “Isso mostra que estamos no caminho certo e que temos muito a compartilhar, visando a evolução das iniciativas desses países”.
Durante a Conferência, será lançado, pelo Secretariado da UNCCD, o  livro “Living Land”, que traz as principais ações dos ministério do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), e um capitulo elaborado pelos dois ministérios sobre “A Gestão Ambiental das Áreas Suscetíveis à Desertificação do Brasil: o direito a água associado às boas práticas de convivência com a semiaridez”. Além do diretor, a equipe do MMA na COP 12 é formada por dois representantes do DCD e um da Assessoria de Assuntos Internacionais (ASIN). Integram também a comitiva brasileira, dois representantes do Itamaraty e dois da sociedade Civil.

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