sábado, 14 de maio de 2016

Portaria cria comitê para monitorar biomas

Iniciativa define estrutura para atuar junto ao programa nacional que avaliará cobertura vegetal e desmatamento no país.

Está em vigor a Portaria nº 151/2016, que institui o Conselho Consultivo do Programa Nacional de Monitoramento da Cobertura e Uso das Terras dos Biomas Brasileiros e, ainda, nomeia os membros para compor a Coordenação Geral, o Comitê de Coordenação Técnica e o Conselho Consultivo desse programa destinado a monitorar os biomas brasileiros. O Programa tem por objetivo mapear e monitorar o desmatamento, avaliar a cobertura vegetal e o uso e cobertura da terra e sua dinâmica, as queimadas, a extração seletiva de madeira e a recuperação da vegetação.

Em uma esfera mais ampla, essas informações servirão para subsidiar as tomadas de decisão em ações voltadas à promoção da conservação da biodiversidade brasileira. Também para propiciar uma visão estratégica da gestão territorial que conjugue os diversos interesses sobre o uso da terra e ainda permita o desenvolvimento do país em bases sustentáveis.

OBJETIVOS

Para o diretor do Departamento de Ecossistemas do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Alberto Scaramuzza, "a formalização do Comitê de Coordenação Técnica e do Conselho Consultivo é um passo importante para materializar os ambiciosos objetivos do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros, lançada em 5 de maio”.

As instâncias de Coordenação do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros foram criadas pela Portaria MMA nº 365/2015, a ser exercida pela Secretaria-Executiva do MMA. Essa mesma portaria criou, também, a instância de coordenação técnica e científica do Programa, denominada Comitê de Coordenação Técnica, a ser exercida pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas e pela Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA.

MMA

Postado por: Ygor I. Mendes

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Governo cria cinco UCs na Amazônia

As novas unidades de conservação ficam no sul do Amazonas. Também foi ampliada uma floresta nacional já existente na região.
A Floresta Amazônica brasileira contará com mais 2,83 milhões de hectares em regime de conservação. Foram criados nesta quinta-feira (12/05) o Parque Nacional do Acari, as Florestas Nacionais do Aripuanã e de Urupadi e a Área de Proteção Ambiental e a Reserva Biológica Manicoré. Também foi ampliada a Floresta Nacional Amana. Todas elas ficam no Amazonas e, juntas, ocupam área maior do que estado de Alagoas.
As unidades de conservação foram estabelecidas a partir de estudos financiados pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). Situadas ao sul do Amazonas, na bacia do Rio Madeira, as áreas têm enfrentado pressões e, agora, passarão a permitir o incremento da economia local baseado no manejo florestal sustentável. Parte delas também possibilitará o desenvolvimento do ecoturismo em razão das belezas naturais.
Com a maior área entre as novas unidades criadas, o Parque Nacional do Acari garantirá a proteção integral de 896 mil hectares de Floresta Amazônica. O objetivo é preservar o ecossistema, contribuir para a estabilidade ambiental e desenvolver atividades de recreação e educação em contato com a natureza local. A área registra a presença de espécies ameaçadas de extinção e tem fauna silvestre abundante, com mais de 150 espécies de mamíferos e mais de 600 de aves.
RIQUEZA BIOLÓGICA
Os estudos revelam que a região da Flona do Aripuanã apresenta extrema riqueza biológica e um consequente potencial científico. Nos últimos 10 anos, foram descobertas pelo menos três espécies de primatas e duas de aves. Além do desenvolvimento de pesquisas, a criação da Floresta Nacional garantirá a permanência de povos tradicionais, a manutenção dos recursos hídricos e da biodiversidade e o manejo sustentável.
Na mesma região, ao norte da BR-230, a Flona do Urupadi promoverá o uso sustentável dos recursos naturais. A criação da Floresta Nacional proporcionará maior segurança para a Estação Ecológica Alto Maués e contribuirá para a conservação de primatas que vivem na área. Esse conjunto de unidades de conservação das redondezas incrementará, ainda, a economia de base florestal na região.
AMPLIAÇÃO
Já existente, a Flona do Amana teve o acréscimo de 141 mil hectares. A ampliação permitirá a manutenção e proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade aliado ao manejo sustentável dos recursos madeireiros e não-madeireiros da região. Assim, será assegurada a conectividade dos ecossistema locais já que essa é uma área isolada em meio a um conjunto de unidades de conservação já existentes, o que representava um potencial foco de pressão.
Complementares, a Área de Proteção Ambiental (APA) Campos de Manicoré e a Reserva Biológica (Rebio) Manicoré protegerão a diversidade biológica da região. O ecossistema local é considerado frágil e não estava representado em qualquer unidade de conservação federal. Na APA, será disciplinado o processo de ocupação em acordo com a conservação ambiental. Já a Rebio possibilitar a proteção de parte dos rios Manicoré, Manicorezinho, Jatuarana e seus afluentes.

FICHA TÉCNICA
Confira os dados de cada unidade de conservação criada:
PARQUE NACIONAL DO ACARI
Municípios: Apuí, Novo Aripuanã e Borba
Área: 896 mil hectares
 
FLONA DO ARIPUANÃ
Municípios: Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã
Área: 751 mil hectares
 
FLONA DO URUPADI
Município: Maués
Área: 537 mil hectares
 
REBIO MANICORÉ
Municípios: Manicoré e Novo Aripuanã
Área: 359 mil hectares
 
APA CAMPOS DE MANICORÉ
Município: Manicoré (AM)
Área: 152 mil hectares
 
FLONA DO AMANA
Município: Maués (AM)
Acréscimo: 141 mil hectares
 
Confira a publicação no Diário Oficial da União:
MMA
Postado por: Ygor I. Mendes

quinta-feira, 12 de maio de 2016

MMA lança Plano Nacional de Adaptação

Metas foram incluídas nas contribuições brasileiras enviadas à ONU para o combate à mudança do clima; prazo de execução é de quatro anos.

O Ministério do Meio Ambiente lança, nesta quarta-feira (11/05), o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA). O Plano contém um conjunto de ações estruturantes para a agenda nacional de adaptação, além de diretrizes e recomendações para 11 temas de interesse nacional que foram identificados como vulneráveis às mudanças climáticas.
Seu objetivo é promover a gestão e redução do risco associado à mudança do clima, de forma a aproveitar as oportunidades emergentes, evitar perdas e danos e construir instrumentos que permitam a adaptação dos sistemas naturais, humanos, produtivos e de infraestrutura. 
O plano foi construído coletivamente, com participação técnica de 18 órgãos do governo federal, diálogo com entes da Federação, comunidade científica, populações tradicionais e setor privado. Sua elaboração contou ainda com uma chamada pública e 197 reuniões técnicas.
TEMAS
Os temas abordados foram agricultura, cidades, recursos hídricos, povos e populações vulneráveis, segurança alimentar e nutricional, biodiversidade e ecossistemas, gestão de risco aos desastres, indústria e mineração, infraestrutura, saúde e zonas costeiras.
Segundo a diretora da Secretaria de Mudança do Clima e Qualidade Ambiental, Karen Silverwood-Cope, o diferencial do PNA é que ele estabelece metas com quatro anos de prazo para execução.
“Essas metas fazem parte das contribuições (NDCs) que o Brasil enviou às Nações Unidas, dentro dos esforços globais de combate às mudanças do clima”, enfatiza.
A portaria que institui o PNA foi publicada hoje no Diário Oficial da União. Ela cria também o Grupo Técnico de Adaptação que será formado por membros do Ministério do Meio Ambiente (MMA); Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); e Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) – representando a sociedade civil.
Segundo Neilton Fidelis, assessor técnico do FBMC, o PNA é um exemplo a ser seguido, uma vez que foi elaborado com bases científicas e diálogo com diferentes atores sociais. “Desde de pesquisadores até agricultores familiares”, garante.
Satisfeito com os resultados do PNA, Fidelis diz que o próximo passo será garantir maior visibilidade para o plano. E garante que o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas fará a sua parte: “Será um grande vetor de disseminação”, finaliza.
DIRETRIZES E METAS
O PNA estabelece metas gerais e setoriais, para estimular os setores a desenvolver ações que diminuam as vulnerabilidades mais rapidamente, além de aproveitar oportunidades que a mudança do clima deve proporcionar.
Exemplo disso é a meta estabelecida para o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), de elaborar um diagnóstico da vulnerabilidade à mudança do clima das populações beneficiadas pelo PLANSAN (Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional).
Já o Ministério da Saúde se comprometeu a ampliar, até 2019, para 85% o percentual de municípios brasileiros atendidos pelo Programa Nacional de Qualidade da Água para consumo humano (Vigiagua).

SERVIÇO
O Plano Nacional de Adaptação (PNA) pode ser acessado no site do MMA. Outras informações pelo telefone: (61) 2028-2621.
MMA
Postado por: Ygor I. Mendes

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Governo destina terras para meio ambiente


Mais de 1,3 milhão de hectares serão transferidos para regularização e ampliação de unidades de conservação em Roraima e Amazonas.

O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink, assinou nesta terça-feira (10/05), no Ministério do Desenvolvimento Agrário, ato que destina mais de 1,3 milhão de hectares de terras para regularização e ampliação de unidades de conservação. Do total, cerca de 1,1 milhão de hectares estão no estado do Amazonas e 249 mil hectares em Roraima.
O documento da Câmara de Destinação de Terras Públicas Federais na Amazônia Legal transfere, ainda, 5,5 milhões de hectares da União para o estado de Roraima. E, ainda, quase 2,9 milhões de hectares para a reforma agrária e a regularização fundiária de pequenos agricultores e agricultores familiares do programa Terra Legal.
Klink destacou o esforço e a ação conjunta entre os ministérios do Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, a Secretaria do Patrimônio da União e a Funai, que resultaram no ato.  “É uma nova visão sobre a questão territorial”, analisou. Para ele, regularização fundiária e ambiental são políticas públicas que devem caminhar juntas.
Para o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Cláudio Maretti, acabam os conflitos que vêm desde a transformação do antigo território de Roraima em estado. “A solução conseguiu atender ao pleito de todas as partes”, avaliou.  O desfecho também agradou a senadora Angela Portela (PT-RR).  Para ela, a transferência, pendente desde 2009, deve contribuir para o desenvolvimento de seu estado. “É um marco para a regularização fundiária e ambiental, que vai dar título definitivo da terra ao agricultor, impulsionando o desenvolvimento do estado.”
Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, o crescimento da agricultura familiar e a produção de alimentos de forma sustentável são os grandes avanços que virão com a medida. “Desenvolvimento rural com a dimensão ambiental é o desafio que se colocar hoje”, afirmou.

MMA
Postado por: Ygor I. Mendes

terça-feira, 10 de maio de 2016

Moratória da soja é renovada sem prazo limite

Termo de Compromisso entre governo, setor produtivo e sociedade civil agora é por tempo indeterminado. Assinatura foi nesta segunda-feira.

A proteção do meio ambiente ganhou mais uma batalha. Isso porque a moratória da soja no bioma Amazônia foi renovada, desta vez, por tempo indeterminado, diferente dos outros anos quando era reconhecido por períodos definidos. O processo, que foi iniciado em 2006, completou uma década de existência. A assinatura da renovação aconteceu nesta segunda-feira (9/5) e contou com a participação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Carlos Lovatelli, do diretor do Greenpeace, Paulo Adário, e do diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes.
Izabella Teixeira comentou a mudança na renovação: “O que se planeja como não sendo mais anual é não ter mais a expectativa de ter que negociar todos os anos para renovar”. A ministra explicou que grupos de trabalho permanentes vão definir as bases do compromisso e como convergir a moratória também com o Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Com as novas tecnologias, também teremos a Estratégia Nacional de Monitoramento de Biomas e, em parceria com o Inpe e a Embrapa, vamos monitorar as taxas de desmatamento para todos os biomas além da Amazônia”, destacou a ministra.
O QUE DIZ O PACTO
O compromisso proíbe o comércio, aquisição e financiamento de grãos produzidos em áreas desmatadas de maneira ilegal dentro do bioma Amazônia após julho de 2008. O pacto vale também para áreas embargadas pelo Ibama e para propriedades que constem em lista de trabalho análogo ao escravo do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). A Abiove e a Anec também assumem o compromisso de solicitar o CAR, em caráter educativo, aos produtores de soja no bioma Amazônia.
Durante a cerimônia de renovação, foi apresentado relatório com os resultados do monitoramento da moratória da soja. O documento foi elaborado pela Agrosatélite Geotecnologia Aplicada e auditado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados mostram que, de todo o desmatamento ocorrido no bioma Amazônia entre 2014 e 2015, 99,2% não tiveram como causa a sojicultura. O mapeamento da soja em áreas desmatadas do bioma Amazônia concluiu que no último monitoramento da moratória (safra 2014/2015), foram identificados 28.768 hectares com a oleaginosa, que correspondem a 0,8% do desmatamento acumulado naquele bioma.
Para o presidente do Greenpeace, Paulo Adário, o valor é irrisório e mostra a mudança de comportamento do mercado: “Isso para a gente é um belo indicador de que é possível produzir sem desmatar”, afirmou. “Os produtores que respeitam os critérios e que não desmatam para produção estão ganhando com a renovação da moratória e com prazo indeterminado de acesso ao mercado internacional”, disse Adário. Ele também ressaltou que a área com soja plantada que segue a moratória triplicou desde o início do programa, passando de 1,2 milhão para 3 milhões de hectares.
A expectativa é de que em 2017 a moratória seja substituída por um sistema de monitoramento baseado no Cadastro Ambiental Rural (CAR), semelhante ao que será implementado para fornecer crédito agrícola.
MMA
Postado por: Ygor I. Mendes

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Ministra apresenta balanço do CAR


A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, apresenta, nesta sexta-feira (06/05), às 11 horas, balanço do desempenho do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Na ocasião, a ministra também lançará o Atlas do Cadastro Ambiental Rural e o Relatório Técnico do Inventário Nacional Florestal no Distrito Federal. Também estará presente o diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro, Raimundo Deusdará.


Serviço:
Coletiva de Imprensa: Balanço do CAR
Data: 06/05/2016
Hora: 11h
Local: Auditório Ipê Amarelo (Ministério do Meio Ambiente – Esplanada dos Ministérios, Bloco B, térreo - Brasília-DF)

MMA

Postado por: Ygor I. Mendes

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Quilombolas discutem planos 

ambientais

Em oficina, líderes comunitários de todo o Brasil elaboram plano de gestão territorial e ambiental. Encontro termina nesta quinta-feira (05/05).
“Os territórios quilombolas são verdadeiros jardins botânicos. São áreas protegidas que mantém mais de 80% de sua cobertura vegetal”. A afirmação é da diretora de Extrativismo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Juliana Simões, durante oficina nesta quarta-feira (04/05), em Brasília.

A 2ª Oficina Nacional para Elaboração de Diretrizes para Gestão Territorial e Ambiental (GTA) em Territórios Quilombolas continua amanhã (05/05) e reúne cerca de 50 líderes comunitários de quilombos de todo o Brasil. O objetivo é debater a minuta das diretrizes de GTA, com base nos princípios de uso sustentável da biodiversidade.
 “Ao longo da história, as comunidades quilombolas atuam como guardiãs da biodiversidade, em territórios de grande diversidade biológica”, destacou Juliana. “Um exemplo é a conservação das sementes crioulas, uma das riquezas da biodiversidade brasileira”, completou.
INTERCÂMBIO
Em dezembro de 2015 foi feita a primeira oficina, numa troca de experiências entre diferentes territórios quilombolas. Em fevereiro, março e abril de 2016 foram realizadas seis oficinas in  loco em diferentes biomas, nos estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Goiás e Pará. “Promovemos um intercambio, em cada oficina, entre pessoas de quilombos diferentes”, explicou o gerente de Agroextrativismo do MMA, Gabriel Domingues.
“Gente que nunca tinha saído do Espírito Santo participou de oficina em quilombo do Pará, em plena floresta amazônica, dormiu em rede e mesmo assim se sentiu em casa”. Segundo Gabriel, essa atividade gerou uma coesão no grupo e tornou a discussão muito mais rica.
Daniele, do quilombo Campinho da Independência em Paraty (RJ), fez o intercâmbio na comunidade Kalunga Engenho II, no Goiás. “Foi incrível”, ela diz. “Percebo que, muitas vezes, a comunidade é titulada com inúmeros problemas, então essas oficinas estão sendo muito importantes para evitar a pressão de grandes grileiros e do turismo de massa”.
A comunidade do Campinho em Paraty (RJ) desenvolveu um turismo de base comunitária, feito pelos próprios quilombolas, com um roteiro de três horas. “Começamos pela contação de histórias pelos mais velhos e passamos pelo viveiro de mudas da agrofloresta e pela casa de artesanato”, conta. A região conta com a palmeira Juçara, ameaçada de extinção. As folhas são utilizadas para fazer tradicional trabalho de cestaria.
MESTRANDOS
Alunos do Mestrado em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais (MESPT) da Universidade de Brasília (UnB) foram fundamentais no processo de elaboração da minuta das diretrizes do plano de GTA.  “A nossa contribuição é trazer elementos de forma mais técnica para inserir nesse debate”, explicou Samuel Magno. “Cada comunidade traz a sua contribuição para construirmos, aqui, um consenso entre as diferentes realidades”.
Para ele, o ponto mais forte de todo o processo foram os intercâmbios. “Conhecemos a vivência um do outro. Fui para Sergipe, no semiárido, e pude conhecer uma realidade muito diferente da minha. Em comum, temos uma grande alegria e a busca efetiva pela liberdade”.
PARTICIPANTES
Participam da oficina representantes dos territórios quilombolas inicialmente selecionados no âmbito da consultoria contratada pelo MMA; representantes de outros territórios quilombolas com experiências de GTA; alunos do Mestrado de Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais (MESPT)/UnB; a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ); e representantes do governo brasileiro - Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Fundação Cultural Palmares, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Estiveram presentes as seguintes comunidades: Campinho da Independência/RJ; Alcântara/MA; Erepecuru/PA; Brejo dos Crioulos/MG; Lagoa dos Campinhos/SE; Kalunga/GO; Invernada dos Negros/SC; Ivaporunduva/SP; Conceição das Crioulas/PE; Baixo Amazonas /PA; São Mateus/ES e Canguçu/RS; África e Laranjituba/PA; Araçá-Cariaçá/BA.
O encontro acontece com base no Decreto Presidencial nº 5758/2006, que instituiu o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas (PNAP) e conta com apoio da agência de cooperação alemã GIZ.

MMA


Postado por: Ygor I. Mendes

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Parque Nacional recebe tocha olímpica


Mais de 400 pessoas assistiram à passagem do fogo olímpico pela unidade de conservação de Brasília que protege 42 mil hectares do Cerrado. Símbolo dos jogos Rio-2016, a chama olímpica desembarcou na manhã desta terça-feira (3/5) em Brasília. O percurso de 105 km pela capital federal incluiu locais emblemáticos da cidade, como a Esplanada dos Ministérios, a Ponte JK e o Parque Nacional de Brasília (PNB), que recebeu a tocha por volta das 13h30 para um trajeto de aproximadamente 10 minutos entre a piscina Pedreira e a Trilha da Capivara.Veja fotos aqui: https://www.flickr.com/photos/mmeioambiente/sets/Mais de 400 pessoas assistiram à passagem do fogo olímpico pelo parque, entre visitantes, alunos de escolas vizinhas e servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela gestão do PNB, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). A chama atravessou a piscina Pedreira através das mãos de Flávia Cantal, representante da Associação Amigos do Parque Nacional de Brasília, para, em seguida, ser transferida para o seu segundo condutor, o servidor do ICMBio Mackinley de Souza. “É uma emoção muito grande participar desse momento histórico e poder representar a causa da conservação da biodiversidade”, afirmou Mackinley.
O servidor, que é cadeirante, falou ainda sobre a questão da acessibilidade. “Acho importante mostrar que a pessoa com deficiência deve estar inserida em todas as atividades coletivas. Eu sou um frequentador do parque, que é um pedaço do Cerrado ao lado da nossa casa”, completou. Após a conclusão do seu percurso, Mackinley entregou o fogo olímpico para Quedson da Conceição, 14 anos, aluno do Centro de Ensino Fundamental 02 da Estrutural. Quedson conduziu a tocha até o jogador de basquete Guilheme Giovannoni, que encerrou a passagem da chama olímpica pelo Parque Nacional percorrendo um pequeno trecho da Trilha da Capivara. Conheça mais sobre os condutores.
REFERÊNCIA COMUNITÁRIAO Parque Nacional de Brasília foi escolhido pelo Comitê Gestor dos Jogos Olímpicos Rio-2016 para fazer parte do revezamento da tocha devido à forte relação com a comunidade e à sua grande importância ambiental. Bastante conhecido pelos atrativos de lazer da área das piscinas (batizada de Água Mineral), o PNB protege aproximadamente 42 mil hectares de flora e fauna típicas do Cerrado, além das principais bacias que forneceram água potável para Brasília.“O Parque Nacional é um símbolo da cidade e representa o desafio do futuro: conciliar desenvolvimento urbano e conservação da biodiversidade. Para o ICMBio é motivo de orgulho participar da passagem da tocha olímpica”, ressaltou Cláudio Maretti, presidente do ICMBio.Para a chefe do Parque, Juliana Barros, os locais selecionados para o revezamento da chama olímpica representam a nossa capital. “A escolha do Parque Nacional de Brasília demonstra a importância desse lugar para a sociedade”, afirmou a gestora da unidade de conservação.Brasília foi a primeira cidade do país a receber a passagem da tocha, que ainda viajará por todo o Brasil, percorrendo 300 municípios, até chegar ao Rio de Janeiro, em 5 de agosto.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Uma trilha para o futuro


Crianças: conservação da biodiversidade
BOAS PRÁTICAS// Em Pinhalzinho (SC), programa de educação ambiental desenvolvido nas escolas é modelo de cuidado com o meio ambiente.


MARTA MORAES

“Adoro vir às aulas do Programa Trilha do Saber na Escola, porque são sempre dentro da floresta e aprendemos muitas coisas sobre a natureza”. O depoimento do estudante do 4º ano Alencar Souza, de Pinhalzinho (SC), traduz bem o sentimento das crianças com a iniciativa. Implantado a partir de novembro de 2011, no município catarinense, inicialmente como projeto piloto, o programa fez tanto sucesso que foi incorporado, a partir de 2014, à grade curricular da rede municipal de ensino. Anualmente são atendidos um total de 720 crianças e pré-adolescentes do Pré III ao 5° ano do ensino fundamental.

O Trilha do Saber na Escola integra um programa mais abrangente, que possui nome similar (Trilha do Saber), e que já foi agraciado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) com o Prêmio Boas Práticas em Sustentabilidade Ambiental Urbana, em 2012, no tema “Áreas Verdes Urbanas e Gestão de Áreas de Preservação Permanente”. Em 2013, a iniciativa recebeu a indicação para constar no Bright Green Book – “O Livro Verde do Século 21”, do instituto Smart City Business em conjunto com a ONU Habitat. Recentemente, em 2016, foi condecorada como referência para a inovação e a criatividade na educação básica pelo Ministério da Educação.

Trata-se de um programa de educação ambiental, pesquisa científica e preservação ambiental. Sua infraestrutura é composta por uma trilha interpretativa de educação ambiental e um centro interpretativo, com espaços adaptados a cadeirantes e pessoas com deficiência visual, localizados no principal parque da cidade, que recebe o nome de EFACIP.

NA ESCOLA

O objetivo principal do Trilha do Saber na Escola é sensibilizar os alunos, professores e público indireto para o cuidado com o meio ambiente local e regional. O intuito é promover o conhecimento, valorizar e preservar a natureza. Os encontros são quinzenais, com cada turma, e possuem duração de uma hora e trinta minutos. Durante os encontros, as crianças são acompanhadas pela bióloga Denise Coldebella. “As aulas são bem legais, pois além de aprender podemos ouvir o som de aves diferentes”, afirmou o estudante da 4ª série Kauan Telles. Atualmente o programa é mantido 100% pelo governo municipal de Pinhalzinho, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura.

Segundo a secretaria municipal de Educação e Cultura do município, Ivanda Bach, desde o início, o programa vem procurando proporcionar aos estudantes, e para a comunidade em geral, uma educação ambiental crítica e transformadora, estabelecendo uma nova concepção de ensino-aprendizagem.

A visita à trilha inclui aulas expositivas, envolvendo práticas lúdicas, não lúdicas e recursos audiovisuais. As temáticas ambientais trabalhadas são interligadas e englobam os seguintes assuntos: biodiversidade da região oeste catarinense, desmistificação de animais silvestres, espécies exóticas invasoras, tráfico e caça de animais silvestres e os cinco R´s (Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recusar).

COMUNIDADE

Além do trabalho nas escolas, o Trilha do Saber desenvolve um programa de visitas monitoradas voltado à comunidade, de diferentes faixas etárias, propiciando o contato e o conhecimento a respeito de diversas temáticas ambientais, destacando-se a biodiversidade da região oeste catarinense.

De 2013 a 2015 foram atendidas 3.860 pessoas, entre professores, acadêmicos do ensino superior e colaboradores de empresas privadas, além de alunos e professores dos mais variados níveis de escolaridade. “Nessas visitas, os grupos atendidos são, na maioria, de outros municípios, evidenciando o alcance que o programa está tendo fora daqui”, afirmou o biólogo responsável pelo Trilha do Saber, Robelei Pieper.

Segundo ele, é importante destacar que a trilha interpretativa de educação ambiental acontece em um pedacinho do que resta da Mata Atlântica. “E, nesse espaço, podemos testemunhar a todo o momento a riquíssima biodiversidade do bioma”, enfatizou ele.

AVANÇOS

Sobre os resultados, o biólogo destaca que num programa como esse é extremante difícil mensurá-los, tendo em vista que as atividades desenvolvidas pelo Trilha do Saber muitas vezes não são perceptíveis num primeiro momento. “É diferente de um asfalto, por exemplo, em que o cidadão pode perceber nitidamente seu início, meio e fim.  Em educação ambiental os resultados podem parecer lentos, mas farão a diferença na sociedade e no meio ambiente em um futuro muito próximo”, afirmou.

Mas os resultados vêm aparecendo sim. A mudança na área onde está localizada a trilha de educação ambiental é visível. “Se analisarmos o local do parque nos últimos anos, percebemos que era uma área que sofria muito pela ação do homem. Atualmente, é perceptível o cuidado e o respeito da maioria das pessoas ao transitar pelo local”.

Entre os projetos para o futuro do Trilha do Saber estão: um acervo digital botânico da trilha de educação ambiental; um laboratório de taxidermia; e conclusão do Jardim Evolutivo. “Nossa intenção é que este seja (a exemplo da maioria dos espaços temáticos da Trilha do Saber) adaptado a cadeirantes e deficientes visuais”, conclui ele.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Campanha incentiva turismo responsável

Jorge Cardoso/MMA
Alerta aos viajantes

Passaporte Verde nos Jogos Rio 2016 reúne orientações para boas práticas ambientais de quem viajará para as Olímpiadas em agosto deste ano.  

AMANDA VIEIRA
Enviada especial ao Rio de Janeiro

Na manhã deste sábado (30/04), a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participou da cerimônia que marcou a continuidade da campanha Passaporte Verde. O evento aconteceu no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, e contou com a presença do diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, do CEO do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, Sidney Levy, dentre outros convidados.
Izabella Teixeira destacou que a campanha é um incentivo para o cidadão fazer escolhas no seu dia-a-dia que favorecem a agenda de produção e consumo sustentáveis. A ministra também agradeceu a parceria com o Pnuma: "Desde o momento em que o Pnuma instalou seu escritório no Brasil houve um fortalecimento da agenda ambiental na América do Sul e também permitiu que o Brasil pudesse ter avanços na Rio+20", registrou a ministra.
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS
A campanha Passaporte Verde, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), é uma iniciativa que busca promover práticas de produção e consumo sustentáveis na atividade turística, tanto na prestação de serviços quanto na conscientização dos turistas para que adotem comportamentos responsáveis em suas viagens.

Lançada em 2008 em uma parceria entre o Pnuma, os ministérios do Meio Ambiente e do Turismo do Brasil, o Ministério Francês do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e outros parceiros, a campanha também atua em diversos países como Costa Rica, Equador e África do Sul.

Em 2015 foi lançada a edição Passaporte Verde nos Jogos Rio 2016, oferecendo novas dicas e roteiros aos turistas que desembarcarão no Rio de Janeiro para acompanhar os eventos. A campanha também dá um novo salto, trabalhando com temas como acessibilidade e proteção da criança e do adolescente, além da ecoeficiência, que já vinha sendo trabalhado em edições anteriores.

Dicas para ser um turista responsável:

- Evitar o uso desnecessário de água e de produtos químicos, utilizando por mais de um dia suas toalhas de banho e rosto;
- Ligar o ar condicionado, sempre com portas e janelas fechadas, e ventiladores apenas quando necessário;
- Recolher todo o lixo produzido e separar materiais recicláveis de restos orgânicos;
- Utilizar sacolas reutilizáveis de pano ou papel ao invés dos saquinhos plásticos nas compras;
- Na praia, utilizar protetor solar resistente à água para não poluir o mar e prejudicar a fauna marinha;
- Apagar as luzes e desligar os equipamentos do ambiente ao sair;
- Fechar a torneira enquanto escova os dentes. Assim, é possível gastar apenas dois litros de água em vez de 60;
-  Não retirar plantas, nem levar “lembranças” do ambiente natural para casa. Deixar pedras, flores, frutos, sementes e conchas onde foram encontradas para que outros também possam apreciá-los;
- Jamais comprar animais selvagens;
- Ajudar na educação de outros visitantes, transmitindo os princípios de mínimo impacto sempre que houver oportunidade de disseminar essa atitude responsável.