sexta-feira, 31 de julho de 2015

Fogo na floresta mobiliza 1.413 brigadistas

Paulo de Araújo/MMA
Prevfogo em ação: bons resultados
Ibama procura recrutar pessoal das próprias comunidades, por conhecer melhor a região.
Por Marta Moraes – Editor: Marco Moreira

Nos últimos dias, informações sobre incêndios tiveram destaque nos principais veículos de comunicação. No dia 24 de julho, por exemplo, pelo menos 1.106 hectares de vegetação foram destruídos por um incêndio no Parque Estadual dos Pireneus, em Pirenópolis (Goiás). Dias antes (21 de julho), um incêndio no Parque Burle Marx, no centro de Brasília, atingiu 335 mil metros quadrados.

No dia 14 de julho, brigada do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) esteve no Parque Nacional de Brasília fazendo aceiros (faixas ao longo da área queimada, com a finalidade de prevenir a passagem do fogo para fora da área delimitada), chamando a atenção de quem passava pela rodovia próxima.

PERÍODO CRÍTICO
O chefe do Prevfogo, Rodrigo Falleiro, explica que o período crítico de ocorrência de incêndios florestais no Centro Oeste começa normalmente em julho, fica mais grave em agosto e setembro, e vai até outubro. “É como se os incêndios nascessem no centro do Brasil e fossem se expandindo em direção à Amazônia, ao Pantanal, Sudeste, até que, no final do ano, a temporada de incêndios chegue a Roraima e no Nordeste”, explica.
Para combater incêndios em épocas tão distintas, o Prevfogo possui, esse ano, 74 brigadas somando 1.413 integrantes. Essa força de trabalho é contratada apenas durante a temporada de incêndios florestais, que varia a depender da região do Brasil e têm algumas peculiaridades. Existem, por exemplo, grupos criados nas terras indígenas, com 608 brigadistas, formados por integrantes da própria comunidade, que são selecionados, recebem capacitação, salário, assistência técnica, equipamentos e veículo para realizar as atividades de prevenção e de combate.

Como programa de governo, as brigadas indígenas começaram em 2013 e apresentam excelente resultado. São responsáveis hoje pelo combate de uma área de 17.140.265 hectares - Tocantins, Pará, Mato Grosso, Maranhão e Mato Grosso do Sul e Roraima.

REPERCUSSÃO POSITIVA
O fato de serem integradas por pessoas da comunidade, que conhecem a região, gera maior conscientização dos demais habitantes. “Nota-se uma mudança de postura da comunidade depois do programa de brigadas”, diz Falleiro. “O programa tem uma repercussão positiva, que vai além do fogo, repercutindo na questão social, na economia, na preservação ambiental e na própria gestão territorial”.

Outra brigada bem específica é a Kalunga, localizada no quilombo de mesmo nome, em Goiás, identificado como área de grande importância ambiental, com 265 mil hectares de Cerrado preservados. Segundo o chefe do Prevfogo, o grupamento também vem apresentando resultados excepcionais.

AÇÕES NO CERRADO
Para lugares diferentes, ações específicas. No Cerrado, por exemplo, o Prevfogo vem avançando numa técnica conhecida como manejo do fogo. “Por muito tempo o fogo foi considerado um elemento puramente negativo e predador”, acrescenta Falleiros. Com o tempo e os exemplos práticos de outros países, aprendidos a partir de um projeto, fruto de uma cooperação técnica entre Brasil e Alemanha, tais ocorrências acabaram permitindo uma grande reflexão sobre o combate a incêndios nas áreas de savana.
O projeto “Prevenção, Controle e Monitoramento de Queimadas Irregulares e Incêndios Florestais no Cerrado”, também conhecido como Cerrado-Jalapão, prevê um conjunto de atividades visando melhorar a prevenção e controle de incêndios e queimadas no bioma Cerrado e, em particular, na região do Jalapão (Tocantins), contribuindo, assim, para a manutenção das funções do Cerrado como sumidouro de carbono de relevância global.

As ações do projeto demonstraram que o uso do fogo no Cerrado por meio de queimadas prescritas, aplicadas com critério, não só ajuda no combate aos incêndios como auxilia na preservação da própria biodiversidade do Cerrado e numa menor emissão de gases.

PREVENÇÃO
Em todas as ações realizadas no Brasil, Rodrigo Faleiros destaca que existe um trabalho de cooperação muito próximo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). “Trabalhando juntos, temos possibilidade de uma rápida mobilização, não só no combate, como também na prevenção”, destaca.

Para a prevenção, a educação ambiental é fundamental. Praticamente todos os incêndios ambientais são provocados pelo ser humano: em parte acidental, em parte por ignorância e parte por crime. “Poderíamos trabalhar essa parte do que é ignorância e do que é acidental, e resolveríamos 80% dos incêndios”, destaca o chefe do Prevfogo. “Temos um trabalho de educação ambiental para o fogo nas comunidades, pois não adianta colocar uma brigada indígena numa comunidade se não procuramos conscientizar a população.”

Por este motivo, os brigadistas são treinados para atuar, também, como multiplicadores, e há um trabalho com professores, na formação das crianças, além de campanhas pontuais de mídia. Atualmente, o maior problema é a baixa responsabilização dos que provocam deliberadamente os incêndios florestais. “Há uma dificuldade em provar o dolo ou a culpa”, lamenta Falleiros.


Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) - (61) 2028.1165

Links:
Para saber mais sobre o Projeto Jalapão
Para conhecer a situação das queimadas

quinta-feira, 30 de julho de 2015


MMA fala de inclusão para comunidades

Paulo de Araújo/MMA
Índios: a força do evento
Festival, que se realiza na Vila de São Jorge, em Alto Paraíso (GO), comemora 15 anos de existência ajudando na formulação de políticas públicas.
Por Marta Moraes – Editor: Marco Moreira
Para debater a sociobiodiversidade, o Ministério do Meio Ambiente defendeu o conceito da inclusão produtiva, ao participar do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, que está sendo realizado desde 17 de julho e segue até dia 1º de agosto, na Vila de São Jorge, distrito de Alto Paraíso de Goiás, a 230 quilômetros de Brasília. O festival, que comemora 15 anos de evento e que se tornou tradicional na agenda da cidade, reúne povos indígenas, comunidades Kalunga, e grupos de congada, maracatu, catira e folias, além de centenas de participantes.

Além de divulgar as manifestações culturais mais tradicionais do País, um dos maiores objetivos esse ano é promover o debate sobre as novas formas de geração de renda por meio da biodiversidade presente nas comunidades. O tema vem sendo analisado nas Rodas de Prosa, que abordam as políticas públicas para essa camada da sociedade, que tem cerca de 5,2 milhões de pessoas segundo levantamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e estão diretamente ligadas à agricultura familiar.
HISTÓRICO
O gerente de Agroextrativismo do MMA, Gabriel Domingues, representou o ministério no evento participando, nesta segunda-feira (27/07), de duas mesas: “Comunidades Tradicionais e a Sociobiodiversidade” e "Plano Nacional de Gestão Territorial e Ambiental em Áreas Quilombolas".
Durante o encontro, Domingues falou sobre o histórico das ações do governo federal na área; os avanços e novas atividades no âmbito do Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB), lançado em 2009; e a importância da promoção da inclusão produtiva associada à sociobiodiversidade, entre outros assuntos.
“As políticas públicas implantadas para as comunidades tradicionais e para os agricultores familiares representam grandes avanços, mas ainda temos muito a caminhar no que diz respeito às capacitações e à Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), por exemplo”, destacou ele.

Nesses 15 anos de existência, o evento vem sendo parceiro do governo na construção de políticas públicas direcionadas aos povos e comunidades tradicionais, fazendo uma aproximação entre as comunidades, a sociedade civil e o governo no âmbito destas políticas.
SAIBA MAIS
O Plano Nacional para a Promoção dos Produtos da Sociobiodiversidade (PNBSB) foi criado pelo governo federal para promover a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e garantir alternativas de geração de renda para as comunidades rurais, por meio do acesso às políticas de crédito, a assistência técnica e extensão rural, a mercados e aos instrumentos de comercialização e à política de garantia de preços mínimos. Tem suas ações focadas em determinados territórios e produtos considerados prioritários em seu planejamento, e novos territórios e produtos são agregados com o passar do tempo.
O PNPSB é coordenado pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA), Desenvolvimento Agrário (MDA), Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e conta com diversos outros atores em sua estrutura: governos estaduais, Casa Civil, Agência Nacional de Vigilância e Inspeção Sanitária (ANVISA), Serviço Florestal Brasileiro (SBF), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Nacional de Regularização e Reforma Agrária (Incra), Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além do setor empresarial, as agências de fomento e a sociedade civil organizada.
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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Clima define nova base econômica para o País


Luciana Abade/MMA
Izabella, em Manaus: muitas oportunidades
Ministra Izabella Teixeira pede atenção para a obrigatoriedade de redução de gases que provocam o efeito estufa
Por: Cristina Ávila – Editor: Marco Moreira

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira participou, nesta sexta-feira (24/07), da reunião dos governadores Estados amazônicos, em Manaus. Na ocasião, chamou a atenção para a nova base econômica que o Brasil deverá ter a partir do acordo global que deverá ser firmado na 21a Conferência do Clima de Paris (COP), marcada para dezembro.

“A agenda de clima é uma agenda de desenvolvimento”, frisou a ministra. Ela aconselhou os governadores a formar “as melhores equipes de meio ambiente” para os seus Estados, incluindo a participação dos secretários de agricultura, infraestrutura, desenvolvimento e planejamento nas discussões ambientais.
OTIMISMO
Izabella Teixeira disse que está otimista em relação ao acordo que será firmado em Paris e acentuou que, a partir da COP 21, o Brasil terá novas tarefas para combater as mudanças climáticas, mas também novas oportunidades de acesso a recursos financeiros por medidas de redução da emissão de gases de efeito estufa.
Ela esteve com os governadores, em Manaus, dois dias depois de copresidir uma reunião para consultas informais sobre clima realizadas a pedido do governo francês, que teve a participação de ministros de 40 países. “O que percebemos nos bastidores é um grande compromisso político de se ter em Paris um grande acordo de fato”, disse. No encontro em Manaus, estavam especialistas responsáveis pelas negociações do Brasil para a COP 21, que foram conhecer as demandas da Amazônia.
OBRIGAÇÕES
“Todos os países passarão a ter obrigações de redução de emissões de gases de efeito estufa”, advertiu a ministra. “Aquilo que hoje fazemos voluntariamente será objeto de relatórios perante a Organização das Nações Unidas.” Izabella acentuou que Estados e municípios devem estar alinhados para que o Brasil cumpra seus compromissos internacionais relacionados ao clima.
O acordo global também trará oportunidades de acesso a recursos financeiros. “Entre os países detentores de florestas e em desenvolvimento, o Brasil tem condições de apresentar à Convenção de Clima o pedido formal de reconhecimento de pagamento por desmatamento evitado”, relatou a ministra.
Izabella Teixeira disse que o governo federal está disposto a ampliar parcerias com os demais entes federados. “O País deverá avançar para um novo modelo de governança de clima, onde todas as partes estarão envolvidas com seus direitos, mas também com seus deveres” assegurou. “Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, onde estão nossas florestas, passarão a desempenhar papeis estratégicos no combate às mudanças de clima, usando isso como ativo para o desenvolvimento.” 
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segunda-feira, 27 de julho de 2015


Cientistas debatem poluentes persistentes




Brasil é escolhido por estar entre as maiores economias do mundo, ser expoente na América Latina e, sobretudo, pelo cumprimento de tarefas na Convenção de Estocolmo
Por: Cristina Ávila – Editor: Marco Moreira

Cientistas de todo o mundo estarão reunidos em São Paulo, entre os dias 23 e 28 de agosto, para participar do 35° Simpósio Internacional de Poluentes Orgânicos Persistentes e Halogenados (Dioxin 2015). Durante o encontro, o Brasil vai apresentar o Plano Nacional de Implementação da Convenção de Estocolmo (NIP, sigla em inglês), o Inventário e Plano de Ação para Novos POP, além do Inventário de Dioxinas e Furanos, documentos que foram formulados pelo Ministério do Meio Ambiente.

Esses poluentes são classificados entre os mais perigosos que o mundo precisa eliminar. São chamados de orgânicos persistentes devido à capacidade de ficarem no meio ambiente por períodos extremamente longos. Os POP transitam pelo planeta por meio da água, ar e pela contaminação do solo.
Podem se acumular nas células dos seres vivos e atingem a cadeia alimentar, causando doenças como o câncer e graves danos à fauna e flora. Estão presentes na composição de agrotóxicos, em matérias-primas utilizadas na indústria e também são gerados pela combustão de material orgânico que contenha cloro, como é o caso da queima de lixo. A sua presença já foi detectada no leite humano.
CONTROLE
São 23 os POP listados na Convenção de Estocolmo, acordo internacional que trata das obrigações dos países para a adoção de medidas de controle para a sua produção, importação, exportação, disposição e uso. Os mais de 160 países signatários devem promover tecnologias e práticas para a gestão e eliminação desses poluentes, além de estarem preparados para prevenirem sua proliferação. Por meio do acordo, são oferecidas alternativas tecnológicas para se alcançarem essas metas e também apoio financeiro internacional.
“O plano traz um panorama da situação do Brasil e estabelece estratégias para eliminação e redução de todos os POP”, relata o gerente de Segurança Química do MMA, Alberto da Rocha Neto. O documento está em fase de revisão para publicação e o inventário de novos POP foi lançado há cerca de três anos, como parte das iniciativas necessárias para a idealização do plano.
PRESTÍGIO
O Brasil pode se considerar prestigiado por sediar o Dioxin 2015. Na opinião do presidente do evento, João Vicente de Assunção, professor de Engenharia Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), a escolha do país para a sede do simpósio se deu por diversos motivos: “Por ser uma das dez maiores economias do mundo, ser expoente na América Latina e pelo cumprimento das tarefas da Convenção de Estocolmo.”
Assunção foi consultor do MMA na realização do Inventário de Dioxinas e Furanos, substâncias que fazem parte dos POP, que ficou pronto em 2011 e que também será apreciado pela comunidade científica agora em São Paulo. Ele integra a equipe que produziu o plano nacional.
“Conseguimos em 2010 a decisão de sediar o simpósio em 2015”, ressaltou o cientista. “E chega em uma hora muito boa, porque o Brasil terminou o NIP e vai apresentá-lo agora.” Ele disse, ainda, que a realização do Dioxin 2015 no Brasil traz diversos benefícios. “Vai contribuir com o intercâmbio de informações e com a execução de nosso plano nacional, além de facilitar a divulgação das tarefas que devemos cumprir, conscientizando a população sobre essa necessidade”.

 POLÍTICA BRASILEIRA
O Plano Nacional de Implementação da Convenção de Estocolmo orienta as iniciativas públicas e privadas para a gestão e eliminação dos POP, para os próximos cinco anos. Foi formulado com a participação de grupos técnicos interinstitucionais, que incluíram órgãos federais e estaduais de meio ambiente, agricultura e saúde, além de entidades de classe, organizações não-governamentais, instituições científicas e da indústria.
O trabalho foi financiado pelo Global Environment Facility (GEF), com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) como agência implementadora e a contribuição da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que é o Centro Regional da Convenção de Estocolmo para a América Latina e Caribe.
O QUE JÁ FOI FEITO
As ações nacionais estão sendo desenvolvidas em projetos que tratam de modo separado os poluentes. Uma das iniciativas mais avançadas é a que estabelece a gestão das bifenilas policloradas (PCB), compostos que eram usados especialmente na fabricação de líquidos isolantes térmicos, necessários para o funcionamento de equipamentos do setor ferroviário, elétrico e de grandes indústrias. O seu comércio, importação e produção foram proibidos no Brasil em 1981, mas a substituição por outras substâncias ocorreu sem a descontaminação dos maquinários, que assim permaneceram contaminados.
O Brasil começou o projeto para gestão das PCB em 2008, construiu arranjos institucionais, promoveu discussões, negociações e já tem concluídos os estudos dos aspectos legais, administrativos e normativos para a disposição final dessas POP, além de ter concluído também a investigação sobre os padrões de acreditação dos laboratórios que avaliam contaminações.Durante esses anos de trabalho do MMA, algumas empresas privadas acabaram superando expectativas e passaram a integrar um grupo pioneiro no cumprimento de metas, assumindo projetos pilotos para a gestão dos poluentes.
  Além disso, o País já elaborou os documentos necessários para o cumprimento das tarefas da Convenção de Estocolmo. O Inventário Nacional de Estoques e Resíduos de POP demonstrou, por exemplo, que existem quase 700 toneladas de agrotóxicos obsoletos no País que estão estocados, esperando destinação final. A eliminação desses estoques é uma das ações prioritárias do plano nacional para cumprimento das metas da Convenção de Estocolmo. Para isso serão realizadas campanhas com a participação dos Estados onde se encontram esses resíduos.
         
 
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quinta-feira, 23 de julho de 2015

MMA avalia projeto de referência no Ceará

Francisco Campello/MMA
Manejo sustentável: presente no Econormas
Projeto Econormas desenvolve estratégias que conciliam o conhecimento gerado pela academia a práticas que mantém a perseverança do sertanejo
Por Marta Moraes – Editor: Marco Moreira
O município de Irauçuba, a 168 km de Fortaleza, com 25 mil habitantes, conhecido no estado pela produção artesanal de redes, é o único município do Brasil a ter uma Política e um Plano de Ação Municipal de Combate à Desertificação.

Lá acontece o Projeto Econormas - Apoio ao Aprofundamento do Processo de Integração Econômica e ao Desenvolvimento Sustentável do Mercosul, implantado numa parceria do Ministério do Meio Ambiente (MMA) com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), União Europeia no âmbito do Mercosul, no qual são desenvolvidas estratégias e boas práticas de conservação e uso sustentável dos solos e dos recursos naturais.
Foi exatamente o pioneirismo de Irauçuba em elaborar uma política local para o tema que levou o município a ser escolhido pelo Projeto Econormas. De acordo com o diretor do Departamento de Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campello, as ações realizadas pelo município cearense são referência. “A gestão ambiental sustentável (desenvolvida pelo MMA), em parceria com o Fundo Clima, o Programa Água Doce e o Projeto Econormas, fortalece as ações do município nas áreas susceptíveis à desertificação”, afirmou.
AVALIAÇÃO
O diretor do MMA participou, nesta quinta-feira (16/07), de evento realizado no município para avaliação da implantação do projeto, numa ação que contou com apoio do IICA, da Fundação Araripe e do Instituto Cactos. Na ocasião, foi apresentado o zoneamento ecológico-econômico (ZEE) de Irauçuba, elaborado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), com apoio do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
Durante o evento, Campello enfatizou que as iniciativas do projeto em Irauçuba demonstram que o combate à desertificação se dá por meio da implantação de boas práticas de convivência com o semiárido. “Essas ações locais tornam-se estratégicas e, permanentes, quando associadas às políticas públicas. Como no caso específico das ações do Água Doce e do PAN Desertificação e dos planos Estaduais e Municipal”, afirmou.
PRINCIPAIS AÇÕES
Em Irauçuba o projeto vem beneficiando as comunidades de Mandacaru, Aroeira e Cacimba Salgada, com instalação de dessalinizadores de água doce; barragens de pedra seca em arco romano deitadas e cordões de pedra; quintais produtivos; apicultura e meliponicultura; cisternas; fogões ecológicos; viveiro de plantas frutíferas e ornamentais e nativas para forragem; girau para produção de verduras; e curtume a seco; entre outras ações voltadas ao manejo sustentável das paisagens.
“Presenciamos o sucesso das práticas desenvolvidas no município no projeto. Mas também fazemos a nossa parte. Temos lei, fundo municipal, plano, política de combate à desertificação, projetos e estudos. Temos visto nas comunidades a felicidade das pessoas contempladas no projeto com cisternas, fogão ecológico, por exemplo. O projeto ajuda a população a pensar diferente, a fazer diferente, e tem contribuído muito para a qualidade de vida das pessoas do município”, destacou José Mota, prefeito de Irauçuba.
A ação em Irauçuba é parte de uma estratégia do Mercosul envolvendo quatro países: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, que tem como objeto maior contribuir para o alinhamento dos planos nacionais de Combate à Desertificação com a Estratégia Decenal da Convenção de Combate à Desertificação (UNCCD), órgão das Nações Unidas para o tema. A iniciativa, que será apresentada na Conferência das Partes 12 (COP12) da UNCCD, a ser realizada em outubro, na Turquia, recebeu esse ano o certificado do programa DrylandChampions, da UNCCD.
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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Quarenta países discutem clima em Paris


Divulgação
Izabella (E) em Paris: clima é o tema
Encontro foi encerrado nesta terça-feira (21/07). Teve a duração de dois dias e reuniu ministros de Estado de 40 nações

DA REDAÇÃO
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participou, em Paris, de reunião ministerial de consultas informais sobre mudança do clima, convocada pelo ministro do Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar-Vidal, presidente da 20ª. Conferência das Partes (COP-20), órgão supremo decisório no âmbito da Convenção sobre Diversidade Biológica – (CDB) e pelo chanceler da França, Laurent Fabius, futuro presidente da COP-21.

O encontro foi encerrado nesta terça-feira (21/07). Teve a duração de dois dias e reuniu ministros de Estado de 40 países, para discutir temas centrais das negociações sobre mudança do clima que se realizam no contexto da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. A representante brasileira foi uma das coordenadoras dessas consultas ministeriais, a convite do chanceler francês

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terça-feira, 21 de julho de 2015

Governo Federal anuncia investimentos para o combate ao desmatamento na Amazônia




O Governo Federal anuncia, nesta segunda-feira (20/07), investimentos para o Projeto Amazônia SAR, que fará uso de radar orbital para o combate ao desmatamento ilegal e outros crimes ocorridos contra a Amazônia. 
A assinatura do acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será às 12h no edifício sede do Ministério da Defesa, em Brasília (DF).
Participam da cerimônia o ministro interino do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, o diretor do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Rogério Guedes, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

SERVIÇO:
Assinatura de acordo com o BNDES - Projeto Amazônia SAR
Quando: Segunda-feira (20/07), às 12 horas Onde: Ministério da Defesa - Esplanada dos Ministérios, Bloco Q, 6º andar (Salão Nobre)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Jovens e MMA debatem clima visando Paris

Jorge Cardoso/MMA
Klink: "É preciso pensar no futuro"
Políticas brasileiras de combate ao desmatamento, de reflorestamento e de reconstrução de biomas também foram abordadas em reunião preparatória
Por: Tinna Oliveira e Cristina Ávila - Editor: Marco Moreira
Jovens da sociedade civil reuniram-se, nesta quarta-feira (15/07), em Brasília, com o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Carlos Klink, para debater mudanças climáticas, com foco na 21ª Conferência de Cima de Paris (COP 21). Os participantes declararam esperar que o Brasil leve metas ambiciosas à COP 21, que será realizada em dezembro, e que deverá firmar novo acordo global e metas de redução de emissões de gases de efeito estufa.

O secretário enfatizou a importância da participação de todos nos desafios do clima. Além disso, contextualizou as políticas brasileiras de combate ao desmatamento, de reflorestamento e de reconstrução de biomas, citando os esforços em alcançar as metas traçadas. “Temos que pensar o Brasil do futuro”, afirmou.

NEGOCIAÇÕES
Neste sentido, o diretor do Departamento de Mudanças Climáticas, Adriano Santiago, abordou as negociações sobre mudança do clima e apresentou os dados brasileiros. "Nos últimos dez anos, reduzimos 82,5% o desmatamento na Amazônia, sendo que nos últimos cinco anos temos as menores taxas", explicou. Ele citou a declaração recém lançada entre o Brasil e os Estados Unidos sobre mudança do clima. Dentre as metas está a de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

Sobre a proposta que o Brasil levará à COP 21, Santiago esclareceu que ela deve ser ambiciosa e justa, levando em consideração contribuições em termos históricos e abordagem per capita, por exemplo.

DIÁLOGO
Dariele Santos, da Engajamundo, comentou sobre o acompanhamento que as organizações não governamentais estão fazendo, inclusive presentes nas COPs, e comentou sobre a preparação da juventude para o movimento internacional. Ela citou a proposta de um jovem acompanhar o processo de negociação para aproximar a juventude do tema.

Durante a conversa com Klink, os jovens também falaram de suas expectativas e das necessidades de cada região. Para Diego Casaes, da Avaaz, a juventude tem potencial para se envolver cada vez mais na temática de clima. "Trabalhem com a juventude, confiem que podemos participar da definição de metas", convidou.

Os representantes do Mais Cerrado pediram atenção especial ao diferentes biomas, incluindo o Cerrado. Já João Malavolta, da Ecosurf, enfatizou como o esporte no litoral mostra evidências muito fortes das mudanças climáticas.

POLÍTICAS
Para a coordenadora da Juventude do MMA, Marccella Berte, o encontro serviu para ouvir a juventude na construção de políticas públicas de clima. “Esperamos estabelecer esse diálogo cotidiano com a juventude até a COP 21”, frisou.

Klink encerrou o encontro respondendo cada questão levantada pelos jovens e enfatizando como o governo brasileiro tem se articulado e procurado sempre trabalhar em conjunto com todos os setores envolvidos o tema.

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domingo, 19 de julho de 2015

Economia influi na agenda climática do País

Luciana Abade/MMA
Izabella, no Rio: estímulo à sustentabilidade
MMA consulta ministérios da Fazenda e do Planejamento na elaboração das futuras metas de corte de emissões de gases de efeito estufa
Por: Lucas Tolentino - Editor: Marco Moreira

As questões econômicas do País ocuparão papel central no futuro compromisso brasileiro de corte de emissões de gases de efeito estufa. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou nesta quarta-feira (15/07), no Rio de Janeiro, que as pastas da Fazenda e do Planejamento foram consultadas na elaboração das Contribuições Intencionais Nacionalmente Determinadas (INDCs, na sigla em inglês). O objetivo é analisar a viabilidade financeira da proposta que o país apresentará às Nações Unidas.

Também conhecidas como metas nacionais, as INDCs englobam as medidas que cada nação cumprirá quando o novo regime climático começar a valer. O Brasil e o restante da comunidade internacional têm pouco mais de dois meses para enviá-las à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). O prazo acaba antes da 21ª Conferência das Partes (COP 21) da UNFCCC, marcada para ocorrer em dezembro próximo, em Paris.
 CUSTOS
A intenção do Brasil é frear os avanços do aquecimento global e, ao mesmo tempo, estimular o desenvolvimento sustentável. “A maior dificuldade da agenda climática é avançar nas questões ligadas ao financiamento”, observou a ministra, durante entrevista a correspondentes de veículos estrangeiros. Segundo ela, os ministérios da Fazenda e do Planejamento estão envolvidos na construção das INDCs brasileiras com o objetivo de encontrar novos arranjos de investimentos. “O trabalho é tornar a economia de baixo carbono mais competitiva”, acrescentou. 
O documento está em fase final de consolidação por parte do governo federal. De acordo com Izabella, a Presidência da República e diversos outros órgãos integram o processo para que as INDCs brasileiras cheguem à UNFCCC de forma consistente e factível. “O governo está orçando custos”, destacou. “É preciso haver interlocução política para que as propostas tenham o peso de mudar os rumos do desenvolvimento no planeta.”
 ACORDO
A pauta climática inclui discussões sobre o papel de cada país na redução de emissões a fim de impedir o aumento da temperatura média do planeta. Por isso, os 193 governos integrantes da UNFCCC se reunirão, em dezembro, em Paris, com o intuito de negociar um acordo capaz de diminuir a liberação de carbono na atmosfera. Pelo rascunho construído na Cúpula do ano passado, esse novo compromisso tem de ser fechado agora, em 2015, para começar a valer em 2020.
Como o corte de emissões gera impactos diretos na forma de produção, chegar a um consenso se torna uma tarefa difícil. Para Izabella, a diferenciação das responsabilidades de cada nação sobre as mudanças do clima aparece entre os principais desafios do futuro compromisso global. “O acordo tem de ser ambicioso e deve permitir o engajamento de todos os países nesse processo”, defendeu. A ministra afirmou, ainda, que os governos precisam ter visão de longo prazo sobre o problema.
 SAIBA MAIS
Apesar de considerado natural, o efeito estufa tem sido intensificado nas últimas décadas e acarretado as mudanças climáticas. Essas alterações decorrem do aumento descontrolado das emissões de substâncias como o dióxido de carbono e o metano. A liberação desses gases na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades humanas, entre elas o transporte, o desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (61) 2028.1665

domingo, 12 de julho de 2015

É possível ser um consumidor consciente

Paulo de Araújo/MMA

Pesquisa revela que ainda existem dificuldades em colocar em prática o consumo consciente. MMA dá dicas simples que já impactam no dia a dia
Por: Tinna Oliveira - Editora: Melissa Silva
Consumidor consciente é aquele que pensa antes de adquirir um produto para além das questões de preço e marca. Ele leva em conta o meio ambiente, a saúde humana e animal e as relações justas de trabalho. Esse tipo de atitude ainda pode parecer distante da realidade de muitos consumidores, mas o Ministério do Meio Ambiente (MMA) dá dicas simples que promovem mudanças significativas no dia a dia. 
Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e do portal de Educação Financeira “Meu Bolso Feliz”, realizada em todas as capitais brasileiras, mapeou o interesse do consumidor sobre consumo consciente, identificando o comportamento perante os desafios que o tema traz. Um dado relevante apontou que há uma parcela significativa de pessoas que não sabem “muito bem o que fazer” para praticar o consumo consciente (17%).
Para auxiliar nesta questão, o MMA dá dicas de atitudes simples que têm impacto positivo. “Nossos hábitos de consumo têm impacto tanto sobre o nosso bem-estar como de toda a sociedade e o meio ambiente. É preciso alterar nossas velhas práticas e adotar padrões de consumo que contribuam para a construção de uma sociedade mais solidária e sustentável”, comenta a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA, Regina Gualda. 
ANTES DE COMPRAR 
A primeira dica é pensar antes de comprar, analisando a real necessidade de se adquirir um novo produto. Se optar pela compra, escolher sempre os produtos originais e solicitar a nota fiscal.
A pesquisa apontou que 50,7% dos entrevistados dizem analisar produtos e marcas e desistir da compra se a empresa produtora adotar práticas prejudiciais ao meio ambiente ou à sociedade. 
“Cada vez mais, os consumidores procuram empresas que demonstrem consciência e responsabilidade, seu comprometimento com investidores, clientes, funcionários, as comunidades onde estão inseridas e a sociedade em geral, além de sua preocupação com o meio ambiente”, chama atenção a Diretora de Produção e Consumo Sustentáveis do MMA, Raquel Breda dos Santos. 
As dicas incluem dar preferência a produtos que possuam selos verdes ou similares, conferidos por auditorias independentes, pois garantem que o consumidor adquiriu um bem ecologicamente amigável. Outra dica é dar preferência aos produtos locais. Além de movimentar a economia da região, dar prioridade aos produtos locais gera benefícios para a comunidade como um todo, é mais barato e mais saudável para o organismo e o ambiente, e colabora para o desenvolvimento da região. Mais uma dica: privilegie produtos duráveis ao invés de descartáveis.   
USO RACIONAL
Quando falamos de comida, a dica é evitar o desperdício de alimentos. A pesquisa relevou que 52,8% dos entrevistados indicaram que são contra o desperdício de alimentos por princípio. A dica é servir apenas o que for comer. Lembrando que o desperdício de alguns representa a falta de alimentos para muitos outros. 
Outra atitude ambientalmente adequada que ganhou destaque na pesquisa é a de evitar o uso indiscriminado da impressora (77,7%). O MMA reforça que, além de evitar a impressão desnecessária, as pessoas podem racionalizar a impressão usando a frente e o verso das folhas de papel, reaproveitando aquele que foi usado apenas de um lado. 
Outro dado relevante é que 76,4% dos entrevistados dizem não utilizar o carro para pequenos deslocamentos. Caminhar, optar pelo uso da bicicleta, utilizar o transporte coletivo e realizar carona solidária são atitudes complementares que beneficiam o meio ambiente e a qualidade de vida nas cidades. 
DESCARTE 
Na hora do descarte de resíduos, é importante checar o que pode ser reutilizado e reciclado, praticando a coleta seletiva. Neste aspecto, dois pontos da pesquisa chamam a atenção: a atitude ambiental mais seguida pelos entrevistados (83,5%) foi a de verificar a possibilidade de troca ou doação de algum item antes de descartá-lo.
Já quando se fala em descarte de resíduos, 53,2% dos entrevistados sempre separam o lixo doméstico para reciclagem. Para garantir as necessidades das pessoas sem comprometer aquelas das futuras gerações, além de aumentar esse percentual, o MMA alerta para a necessidade de se praticar os 3R’s:
  • - Reduzir: comprando apenas o necessário, diminuindo o descarte e o desperdício; 
     
  • - Reutilizar: diminuindo o uso de energia, água e recursos naturais na produção de novos bens; e
     
  • - Reciclar: transformando os bens usados em matérias primas, que retornam ao ciclo produtivo, gerando emprego e renda para pessoas que trabalham com a coleta, o transporte e a reciclagem.
     
Foto de Paulo de Araújo/MMASão os 3Rs da sustentabilidade, que vão muito além da simples separação do lixo. E, para o transporte das compras, a sugestão é evitar o uso de sacolas plásticas descartáveis e privilegiar as sacolas duráveis e retornáveis.
Para nortear as ações do governo nessa área, o MMA implementa o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), documento que reúne políticas, programas e ações que promovem uma mudança para padrões mais sustentáveis de produção e de consumo no País. O PPCS priorizou seis temas em seu primeiro ciclo de implementação (2011-2014), dentre eles o de promover a educação para o consumo sustentável.
Confira mais dicas no “Pequeno guia de consumo em um mundo pequeno”
Veja a pesquisa completa.

sábado, 11 de julho de 2015

Mapa aponta mudanças climáticas no litoral

Paulo de Araújo/MMA
Litoral catarinense: pioneirismo
Levantamento será realizado em parceria com instituições internacionais e começará pela costa de Santa Catarina
Por: Lucas Tolentino - Editor: Marco Moreira

O Brasil será o primeiro país da América Latina e Caribe a fazer o mapeamento doméstico de vulnerabilidade da zona costeira às mudanças climáticas. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou a iniciativa nesta terça-feira (07/07), em Brasília, com instituições espanholas e das Nações Unidas, parceiras na realização do trabalho. A medida começará pelo litoral de Santa Catarina e terá o objetivo de identificar as fragilidades da região ao aquecimento global.

O foco é promover ações de adaptação às mudanças climáticas na costa brasileira. A iniciativa faz parte de um programa de cooperação do MMA com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas (CEPAL) e inclui um projeto com o Instituto de Hidráulica da Cantábria (IHC), cujo objetivo é criar bases de dados históricas, projeções e metodologias para analisar riscos no litoral catarinense. No âmbito nacional, a medida será realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina. 
PRIMEIRO PASSO
A expectativa é que o mapeamento seja feito nos demais estados costeiros do país. “Esse é um ponto de partida, um primeiro passo”, afirmou o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Ney Maranhão. “Precisamos engajar os pesquisadores e estender a ação para todo o litoral. É fundamental discutir necessidades futuras e começar a fazer um inventário do nosso litoral no que se refere à vulnerabilidade às mudanças climáticas.”
O mapeamento que será realizado em território brasileiro terá relevância para o restante da comunidade internacional. O conselheiro de Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente da Embaixada da Espanha, Luís Benito Ruiz, classificou como positivo o início do levantamento no Brasil. “O trabalho será bastante útil para a troca de experiências e o desenvolvimento de políticas públicas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas”, destacou.
 SAIBA MAIS
As zonas costeiras são regiões bastante ameaçadas pelas mudanças do clima. Entre os riscos, há a elevação do nível do mar e o aumento da freqüência de eventos extremos, além da erosão e inundação, a intrusão salina e o comprometimento dos recursos naturais e da biodiversidade. A estimativa dos valores materiais potencialmente em risco na zona costeira é de R$ 136 bilhões, de acordo com o estudo realizado pela COPPE/UFRJ.
Nesse cenário, as ações de adaptação se referem a iniciativas e medidas capazes de reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima. Ou seja, é uma forma de resposta para lidar com possíveis impactos e explorar eventuais oportunidades. A elaboração de uma estratégia de adaptação envolve, entre outras coisas, a identificação da exposição a esses impactos com base em projeções e cenários climáticos.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) (61) 2028.1165

sexta-feira, 10 de julho de 2015


MMA fortalece parcerias na Amazônia Legal

Arte/Leandro Vieira

Encontros com os nove Estados da região buscam estabelecer estratégias de fortalecimento do Zoneamento Ecológico-Econômico
Por: Rafaela Ribeiro – Editor: Marco Moreira
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentam, nesta terça-feira (07/07) em Palmas, Tocantins, e quarta-feira (08/07), em São Luís, Maranhão, os resultados do Projeto Uniformização do Zoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal (UZEE).

As apresentações encerram um ciclo de seminários nos nove Estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), com o objetivo de estabelecer estratégias conjuntas de fortalecimento do zoneamento ecológico-econômico (ZEE) na região. Os encontros reúnem gestores públicos, técnicos e demais interessados no tema.
 INTEGRAÇÃO
A iniciativa faz parte do projeto Uniformização do Zoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal e integração com o Zoneamento Agroecológico da Região, apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A iniciativa é executada a partir da larga experiência do Ministério do Meio Ambiente e do Consórcio ZEE Brasil. O estudo conta com uma equipe formada por pesquisadores de diversas instituições presentes na região amazônica, em permanente diálogo com os estados.
Como a produção de energia renovável e sustentável é um desafio global, o UZEE Amazônia Legal está indicando as espécies agroenergéticas mais adaptadas à região e as áreas aptas para o cultivo. Entre as espécies florestais identificadas está o tachi-branco, cujo sistema de produção já foi desenvolvido pela Embrapa. A intenção não é restringir as potencialidades nem impor outras atividades produtivas, mas sim racionalizar o uso do território e organizá-lo em torno de premissas ambientais, econômicas e sociais que respeitem e valorizem a vocação da região.
 RESULTADOS
De acordo com o gerente do Departamento de Zoneamento Territorial do MMA, Bruno Abe Saber Miguel, entre os resultados do projeto estão: a disponibilização da base de informações sobre os ZEEs da região por meio do Sistema Interativo de Análise Geoespacial da Amazônia Legal; a compatibilização das diretrizes de uso e ocupação elaboradas a partir das diversas iniciativas de Zoneamento Ecológico-Econômico, em uma perspectiva macrorregional; e a capacitação das instituições financeiras e dos atores locais em gestão territorial a partir dos diferentes produtos gerados pelo zoneamento.
Além disso, destaca que a iniciativa tem contribuído, consideravelmente, para estreitar a relação de cooperação do MMA com os nove Estados amazônicos, proporcionando a contratação de profissionais para apoiar os órgãos estaduais responsáveis pelo ZEE e a presença constante da equipe do ministério nas atividades que integram a região.
“Enquanto alguns Estados, como Acre e Pará, já concluíram a elaboração de seus zoneamentos e têm avançado na implantação do instrumento, outros, como Roraima e Tocantins, ainda estão formulando seus ZEEs”, afirmou Miguel. “O projeto tem proporcionado um grande apoio, de acordo com a situação de cada Estado.”
Busca-se, também, a articulação do ZEE com os zoneamentos agroecológicos de culturas nativas favoráveis à produção de bioenergia, identificando-se, naquelas aquelas áreas já desmatadas (estimadas em cerca de 700.000 km2), os locais com aptidão para seu cultivo. “Com os impactos previstos do aquecimento global na configuração da produção agrícola nacional, essa iniciativa reveste-se da maior importância para orientar o crescimento sustentável da produção de bioenergia com a conservação dos serviços ambientais e dos recursos naturais. Além de contribuir para a própria política de restauração e reflorestamento anunciada recentemente pela presidenta Dilma Rousseff”, destacou Saber.
 SAIBA MAIS
O zoneamento ecológico-econômico é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e busca orientar os programas, planos e políticas voltados ao uso e ocupação do território de acordo com suas fragilidades e potencialidades. Para tanto, parte do diagnóstico dos meios físico, socioeconômico e jurídico-institucional e do estabelecimento de cenários exploratórios para a proposição de diretrizes legais e programáticas para cada unidade territorial identificada.
De acordo com o novo Código Florestal (lei federal 12.651/2012), todas as unidades da federação precisam elaborar e aprovar seus ZEEs até maio de 2017, de acordo com a metodologia proposta pelo Governo Federal.

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quinta-feira, 9 de julho de 2015


FNMA faz consulta para melhorar projetos


Arquivo MMA
Proteção da natureza: todos podem participar
Pesquisa informará os gestores do fundo sobre as principais dificuldades enfrentadas pelas instituições públicas e privadas


Por: Lucas Tolentino – Editor: Marco Moreira

Termina no próximo dia 17 o prazo para participar da pesquisa online do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA). Destinado à sociedade em geral, o levantamento tem o objetivo de ouvir a população sobre novas linhas de fomento a serem apoiados pelo FNMA no biênio 2015-2016, além de receber contribuições sobre a eficácia das formas de custeio e execução dos projetos financiados. 
A pesquisa informará os gestores do fundo sobre as principais dificuldades enfrentadas pelas instituições públicas e privadas durante a apresentação e a execução dos projetos. Com as contribuições enviadas pela população, será possível promover melhorias nos mecanismos de seleção de propostas e nas estratégias de capacitação dos interessados em demandar recursos financeiros do FNMA.
Criado há 25 anos, é um dos mais antigos mecanismos de apoio à Política Nacional do Meio Ambiente do Brasil. O FNMA opera hoje por meio de duas modalidades de apoio financeiro: pequenos projetos, que atendem demandas locais com valor de repasse de até R$ 300 mil; e projetos estruturantes, de escala regional, com repasses acima de R$ 300 mil.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) - (61) 2028.1165

quarta-feira, 8 de julho de 2015


Estados trocam experiências sobre o CAR


CAR em debate: avanços significativos
Ferramenta eletrônica permitirá aos Estados fazer o cruzamento das informações declaradas com outros bancos de dados, gerando alertas sobre sobreposições de imóveis.

Por: Marta Marta Moraes – Editor: Marco Moreira
 O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) promove, até a próxima quinta-feira (09/07), no auditório do Centro Nacional de Apoio ao Manejo Floresta (Cenaflor), em Brasília, o I Encontro de Integração com Estados sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Na agenda do evento, que conta com a participação de 50 técnicos, representantes de 23 Estados, além do Distrito Federal, está um balanço das ações do Cadastro Ambiental Rural (CAR), a troca de experiências e a apresentação do Módulo de Análise.

O intuito do encontro é manter o nível crescente de cadastramentos estimulando a troca de experiências entre os Estados.  De acordo com os números apresentados no evento, 227 milhões de hectares já foram cadastrados, o que corresponde a cerca de 57% da estimativa da área passível de cadastro.
EXPERIÊNCIAS
Segundo o diretor geral do SFB, Raimundo Deusdará, esse é um momento para os Estados perceberem como estão em relação aos outros e como podem adaptar as boas experiências para a sua realidade. “Esse encontro mostra que a mobilização em relação ao CAR continua crescendo e que os Estados estão envolvidos, compromissados em consolidar o CAR e o Código Florestal ”, destacou.
Deusdará enfatizou que o Módulo de Análise é uma ferramenta eletrônica que permitirá aos Estados fazer o cruzamento das informações declaradas com outros bancos de dados, gerando alertas sobre sobreposições de imóveis e outras inconsistências que por ventura ocorrerem nos cadastros.
O diretor de Licenciamento do Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul), órgão responsável pela administração do CAR no Estado, Ricardo Éboli concorda. “Temos que nos unir, de forma harmônica, para, através do CAR, termos uma efetiva implantação do Código Florestal”, disse.
O QUE É
O CAR é um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais que tem por finalidade integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente (APP), das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. Foi criado em criado em 2012 pela Lei 12.651.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (61) 2028.1173

terça-feira, 7 de julho de 2015

AL faz oficina sobre políticas agroambientais

Martim Garcia/MMA
Segurança alimentar: um dos temas da reunião
Brasil, Chile, Colômbia, México, Nicarágua, Costa Rica, Cuba, Panamá, Paraguai e Uruguai participam de reunião em Bogotá.
Por: Marta Moraes – Editor: Marco Moreira

Será realizada em Bogotá, na Colômbia, nos dias 9 e 10 de julho, a Oficina Regional sobre Diretrizes Voluntárias de Políticas Agroambientais para a América Latina e Caribe. A iniciativa foi formulada com base nas consultas e debates realizados no projeto “Fortalecimento das Políticas Agroambientais em Países da América Latina e do Caribe através do Diálogo e do Intercâmbio de Experiências Nacionais”, iniciado em 2013 e implantado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
A partir da assinatura do projeto, em 2012, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), os países participantes (Brasil, Chile, Colômbia, México e Nicarágua, e numa segunda etapa incorporaram-se ao projeto, Costa Rica, Cuba, Panamá, Paraguai e Uruguai) fizeram diagnóstico de suas políticas agroambientais.
AÇÕES CONCRETAS
Participarão da oficina, representando o MMA, o coordenador do projeto, Leandro Palos, e diretor do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA (DRS), Allan Milhomens. Segundo Palos, nos últimos anos a América Latina e o Caribe têm se destacado mundialmente pelas ações concretas a respeito da erradicação da fome e da promoção da segurança alimentar.
Ao mesmo tempo, os países da região têm implantado programas e projetos destinados a promoção de práticas de produção sustentável. “Considerando sua heterogeneidade, os países da região compartilham desafios ambientais comuns, entre os quais as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, e a gestão dos recursos hídricos e do solo”, destacou.
A proposta das diretrizes se apresenta como um marco instrumental que busca contribuir com o alcance das metas da Agenda Global Pós-2015, promovendo um enfoque mais holístico do desenvolvimento a nível nacional e internacional e uma maior compreensão das políticas agroambientais de cada região. A FAO pretende divulgar as diretrizes para as frentes parlamentares de segurança alimentar e nutricional do legislativo de cada país participante.
SAIBA MAIS
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o impacto que o crescimento da população mundial e o aumento do padrão de vida das sociedades têm exercido sobre os recursos naturais vem causando significativas mudanças no planeta, afetando o clima, a biodiversidade, a disponibilidade de recursos hídricos e a qualidade ambiental, aumentando o sofrimento das populações mais vulneráveis e colocando em risco a sobrevivência das populações futuras.
O agronegócio, apesar de sua importância econômica, ainda precisa ter suas atividades – potencialmente poluidoras – discutidas e avaliadas por uma lente critica que resulte em ações e políticas influenciadas pela ótica da sustentabilidade. Até porque, historicamente, as políticas de desenvolvimento agropecuário e a política ambiental foram desenvolvidas no país em paralelo, sem a necessária integração, resultando, muitas vezes, em ações conflitantes.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (61) 2028.1165