terça-feira, 29 de julho de 2008

Poderosos do mundo querem a Amazônia - Brasileiros se omitem (Hélio Fernandes - Tribuna da Imprensa)

Grupo dos 100, que se julgam donos do mundo: "Só a internacionalização pode salvar a Amazônia". Deputados e senadores da Itália, pátria da "corrupção endêmica" de que falou outro corrupto, o presidente Clinton: "A destruição da Amazônia será a destruição do mundo".

Ecologistas da Alemanha, reunidos em Congresso: "A única salvação para a Amazônia brasileira é a sua internacionalização".

Mikhail Gorbachov, traidor do seu próprio país, a União Soviética, que entregou de mãos beijadas aos piores interesses multinacionais: "O Brasil deve ceder parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes".

François Mitterrand, quando acabava de obter o segundo mandato de presidente da França, com pequeníssima margem de diferença, no segundo turno: "O Brasil precisa aceitar uma soberania sobre a Amazônia. Mesmo que seja uma soberania relativa".

Ecologistas reunidos nos EUA: "Dois terços do oxigênio do mundo vêm da Amazônia do Brasil. Eles não podem ser o pulmão do mundo, pois não têm competência para isso".

Warren Cristopher, secretário de Estado dos EUA, da mesma linha de John Foster Dulles, Kissinger e outros: "Temos que aproveitar a liderança dos EUA para impor nos países da Amazônia, principalmente o Brasil, a diplomacia da força. E com isso ficarmos com a Amazônia do Brasil".

Outro grupo de verdes da França, ditos democráticos, mas na verdade mantidos por multinacionais exploradoras: "A Amazônia, principalmente a do Brasil, tem que ser intocável, pois é o verdadeiro banco de reservas florestais da humanidade".

Margaret Thatcher, baronesa da privatização mundial, 13 anos no poder na Inglaterra e hoje no mais completo ostracismo: "Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas externas, que vendam seus territórios, suas riquezas, suas fábricas, suas reservas". (O "conselho-intimação-intimidação" de Dona Thatcher está sendo seguido fielmente pelo governo FHC).

Conselho Mundial de Igrejas Cristãs: "A Amazônia é um patrimônio da humanidade. A posse dessa área colossal pelo Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru e Equador não pode ser permanente".

Grupos multinacionais, reunidos nos EUA, a pretexto de defender o direito dos índios ianomâmis a terras que correspondem ao território de 27 Bélgicas: "É preciso ratificar e defender o direito dos índios ianomâmis a territórios que pertencem a eles, na fronteira com a Venezuela".

PS - Isso é o que alguns grupos multinacionais e seus testas-de-ferro dizem da Amazônia. E o que poderíamos dizer deles? Pois fiquem sabendo que defenderemos a Amazônia como os chineses defenderam Porto Artur em 1905 da invasão estrangeira: com a própria

sábado, 19 de julho de 2008

As alavancas do nosso desenvolvimento Vale e Amazônia (Hélio Fernandes - Tribuna da Imprensa)

Durante mais de 2 anos escrevi uma centena de artigos defendendo a Vale, condenando sua "privatização", tentando impedir que entregassem uma das maiores riquezas do mundo e do Brasil. A Vale era e continua sendo a maior empresa de mineração do mundo e mais do que isso, uma Agência de Desenvolvimento. Tudo foi doado, não conseguiu salvar coisa alguma.

Esses artigos correram o Brasil todo, foram republicados em órgãos alternativos, enviados para milhões de pessoas através de faxes, xeroxes, cópias de todas as formas. Nada disso adiantou. Em todos os artigos eu deixava bem claro que as multinacionais queriam a própria Vale. Empresa poderosíssima, altamente lucrativa, com penetração em pelo menos 12 estados da Federação.

Dona de portos, navios, ferrovias, as mais ricas e cobiçadas minas dos mais raros e caros minérios, a Vale era o alvo e o objetivo de tudo. Apesar do esforço de um grupo bravo e com enorme credibilidade, não conseguimos impedir a doação-privatização dessa potência que se chama Vale.

Ministros do governo FHC, senadores, lobistas, testas-de-ferro de poderosos grupos estrangeiros, gente interessada em enriquecer cada vez mais com o empobrecimento do Brasil diziam sempre a mesma coisa.

O que é que repetiam tanto? Apenas isto: "Vamos vender a Vale para pagar a dívida interna, amortizar quase toda ela, e pagar menos juros". Tudo mentira, mistificação, malabarismo-corrupto. Recebemos uma miséria e cada vez devemos mais.

Outra coisa que fazíamos questão de ressaltar sempre era o seguinte, cada vez mais atual: por trás da doação da Vale estava e está sempre mais visível a gigantesca Amazônia. Os multinacionais e seus testas-de-ferro não podiam nem podem admitir que a Amazônia seja brasileira, pelo menos uma parte. Aproveitando o seminário sobre a Amazônia, promovido pelo IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros), vamos reproduzir algumas opiniões de vendilhões do templo sobre a Amazônia brasileira.

Al Gore, vice-presidente dos EUA, e provável candidato à sucessão de Clinton, que não pode mais se candidatar: "Os brasileiros pensam que a Amazônia é deles. Estão muito enganados. A Amazônia é de todos nós".

Kissinger, lobista notório, ex-secretário de Estado dos EUA: "Os países industrializados do mundo, para sobreviverem, precisam dos recursos não renováveis do mundo. E entre esses recursos de que precisam o mais importante é a Amazônia do Brasil".

Agora que o Congresso está "trancado" pelas medidas provisórias. Que o Supremo está em recesso. E que a indústria dos habeas-corpus está paralisada para reposição do estoque, tratemos da Vale e da Amazônia, eternas e imprescindíveis ao nosso desenvolvimento.

PS - A Vale parece perdida para sempre. Mas a Amazônia cobiçada por todas as potências ainda pode ser salva. Minc poderia ser uma possibilidade, deslumbrou muito cedo.

PS 2 - Se os Três Poderes permanecerem desativados, continuarei amanhã. A Amazônia é eterna, vale a vida de dezenas de milhões de brasileiros.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Conselho diretor do Parlamento da Amazônia se reúne em Brasília

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil

Brasília - De hoje (14) a quarta-feira (16), 15 parlamentares da Bolívia, Equador, Venezuela, Peru, Suriname e Brasil participam, em Brasília, da reunião do conselho diretor do Parlamento da Amazônia (Parlamaz), formado pelos países-membro da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica. As reuniões serão feitas no Congresso Nacional.

O Brasil, apesar de ser país-membro, não tem representação oficial no órgão. Atualmente, a presidência do parlamento está com a deputada Ana Lucia Reis, da Bolívia.

O Parlamaz foi criado em 1989 e seu principal objetivo é estabelecer políticas integradas e estreitar as relações entre os países-membros na discussão sobre as questões amazônicas.

domingo, 13 de julho de 2008

Parlamento da Amazônia reúne-se amanhã, mas Brasil ainda não tem representação oficial

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil


Brasília - De amanhã (14) até quarta-feira (16), quinze parlamentares da Bolívia, Equador, Venezuela, Peru, Suriname e Brasil participam da reunião do conselho diretor do Parlamento da Amazônia (Parlamaz). Formado pelos países-membro da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, o grupo está desarticulado, aponta o senador João Pedro (PT-AM). O Brasil, apesar de ser país-membro, não tem representação oficial no órgão.

As reuniões serão feitas no Congresso Nacional, em Brasília. “O objetivo é justamente organizar o planejamento estratégico do Parlamaz. A reunião será no sentido de retomar o trabalho”, explicou o senador, que participará das discussões. Segundo João Pedro, pelas regras do parlamento o Brasil tem direito a cinco vagas, que devem ser distribuídas entre deputados e senadores. Ele pretende se candidatar a uma delas.

“Farei isso até por ser um político da região amazônica, mas isso [a escolha] será uma decisão do colegiado do Congresso Nacional”, disse. O parlamentar destacou que o território da Amazônia brasileira é o maior entre os outros países amazônicos, e não faz sentido o Brasil não ter representantes oficiais no Parlamaz.

Atualmente, a presidência do parlamento está com a deputada Ana Lucia Reis, da Bolívia. João Pedro afirmou que um encontro entre os membros do Parlamaz e o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), deve ocorrer na terça-feira (15).

“É um espaço importante para a discussão de temas como integração, energia, o manejo florestal, a água e a soberania dos países membros. Estamos tratando de um território de grande importância e nós precisamos nos reorganizar”, defendeu João Pedro.

O Parlamaz foi criado em 1989 e seu principal objetivo é estabelecer políticas integradas e estreitar a relações entre os países-membros na discussão sobre as questões amazônicas.